quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SUBJETIVIDADE EM FORMA DE POESIA

O MOVIMENTO DA VIDA: Angústia!

Angústia do tempo perdido, do olhar esquecido, da vida que permanece...
Angústia das coisas que não foram feitas, da juventude que se vai, do fim dos ideais, do comodismo que fica.
Da luta que se esvai...
Angústia que sufoca, que marca, que machuca...
Onde estão as esperanças da juventude?
O inconformismo do permanente?
A confiança na humanidade?
Tudo ficou atrás.
Junto com o tempo que passou...
Ah! Angústia, angústia de ser adulta, de trazer o sorriso amargo, de estar cansada de ser o grão...
Angústia, angústia de necessitar e não poder mais crer...

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck (1978)

GRATURCK em Erechim

Oficina de Instrumentais Técnicos-Operativos (16h) pelo NUCRESS Erechim da Região Alto Uruguai, em 15 e 16 de dezembro de 2011, ministrado pela AS. Maria da Graça Türck.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Dia 10 em Santa Cruz do Sul

Dia 10/12 estaremos realizando uma Oficina de 8 horas para o NUCRESS do Vale do Rio Pardo e Amcserra - Instrumentais Técnicos-Operativos com ênfase na Documentação.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O MÉTODO MARXISTA E SUA IMPORTÂNCIA NO DESVENDAMENTO DA “COISA” (CAPITAL) NO COTIDIANO DOS SUJEITOS

Em 28 de novembro fui em um município perto de Tapes, no RS, para realizar uma Perícia Social pela Justiça Federal Previdenciária, solicitação de um jovem de 24 anos em sofrimento psíquico, que reivindicava o direito ao Benefício de Prestação Continuada. E me defrontei com uma situação que somente o Método Dialético Materialista poderia ajudar a descortinar, e o objeto de minha profissão – Questão Social - me indicava qual o espaço do social que eu devo ocupar para materializar a orientação social da profissão, dada pelo nosso Projeto Ético-Político.

O local de moradia, zona rural, de um pequeno agricultor, que trocou a multicultura pela monocultura do fumo. Se agregou a duas famosas indústrias de fumo no Rio Grande do Sul para plantar fumo, com os insumos subsidiados por estas empresas. Somente o grupo familiar, o casal e os dois filhos passaram a plantar. Mas, para tanto, para obter a qualidade exigida pelas fumageiras, era preciso usar cinco venenos poderosos, sem informação do perigo que o contato com estes venenos traria para a saúde destes pequenos agricultores. E o tempo foi passando. A monocultura os aprisionou e os impossibilitou na busca de outros meios de sobrevivência. Resultado atual: os dois filhos de 24 e 20 anos sofrem de depressão grave. Estão proibidos de trabalharem com o fumo, isto é com o veneno. Logo, se pode inferir que o sofrimento psíquico foi causado pelo convívio cotidiano com os venenos usados na planta para obter a melhor qualidade para a fabricação de outro veneno – o cigarro.

Esta ano, a colheita deu prejuízo, o agricultor não pode entregar o fumo de qualidade para seus “patrões” – as fumageiras – e ficaram com uma dívida impagável, estão sem crédito e não têm como sobreviver. Com certeza, se não conseguirem pagar o que foi subsidiado, suas terras irão a leilão. E eles serão jogados na sarjeta da vida. Quem paga sempre é o trabalhador, com sua vida, com sua dignidade, com sua saúde. O Estado também paga, porque tem que garantir a sobrevivência para quem honestamente trabalhou e acreditou e vai pagar, porque estes sujeitos estão em plena juventude, mas tiveram esta mesma juventude roubada pela “coisa” que é sempre coerente: trabalhador é mercadoria, se está estragada, se joga fora e se compra outra.

O Método Dialético Materialista na prática cotidiana para os assistentes sociais oportuniza materializar a história da “coisa” (o capital) na vida dos sujeitos. E o Projeto Ético-Político da profissão nos obriga a encontrar os caminhos para a denúncia a partir de seus agentes (fumageiras) e da garantia dos direitos dos sujeitos (jovem de 24 anos em sofrimento psíquico), cujas violações de direitos nos chegaram, neste caso, através da Perícia Social.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Turck

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Questão Social: a luta quilombola

No RS, mais precisamente no município de Morro Alto, litoral norte, uma área rasgada pelo "progresso", o conflito pela posse da terra é constante.

Do Coletivo Catarse:
Assembléia realizada em Morro Alto-RS com a participação de representantes do Governo Federal, Ministério Público, SEPPIR, Defensoria Pública,UFRGS e pequenos agricultores quilombolas e não quilombolas para esclarecimentos sobre o processo de titulação do quilombo. Ontem, encerrou o prazo que o Ministério Público deu para o INCRA de iniciar a agenda de notificações deste processo de titulação.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Terra é de quem plantar!

A questão agrária é também Questão Social.
Aqui abaixo, passamos um pequeno clipe da entrevista com o cancionista Pedro Munhóz, um artista ativista das causas dos movimentos socias, que tem pautado sua obra com as lutas, principalmente, pelo direito à terra.


- isso é parte das oficinas promovidas pelo Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo em parceria com o Coletivo Catarse

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Por detrás da falsa polêmica, a Questão Social

Quem assite à televisão com frequência já deve ter ouvido falar de Rafinha Bastos, do programa CQC - um programa que começou muito bem, mas que hoje é poço de humor barato, destilando preconceitos para todos os lados e abusando do humor desrespeitoso, "carinhosamente" chamado de "politicamente incorreto".
Pois entre os balaios de improprérios que já foram levantados pelos seus integrantes contra correntes políticas contra-hegemônicas, movimentos sociais, de defesa de direitos humanos, entre tantos outros que lutam por uma sociedade mais democrática e livre, eis que a "metralhadora" nonsense de Rafinha se volta para a classe dominante.
Ao dizer que comeria Wanessa Camargo e o bebê que ela está gestando, ele ultrapassou limites - só agora, porque dizer que estuprar mulher feia era um favor que se fazia não o seria...
Wanessa é filha, não bastarda, de um dos cantores milionários da dupla Zezé de Camargo e Luciano, casada com um também milionário. Pronto! Caiu Rafinha Bastos, sem uma linha sequer na "mídia especializada" de crítica sobre se isso é censura ou não.
No Brasil, a máxima "manda quem pode, obedece quem tem juízo" ainda nos parece bem evidente.

Segue trecho de artigo retirado da Agência Carta Maior sobre o tema:

Rafinha não dançou por machismo, mas por mexer com gente rica
O integrante do CQC, que fez piada de péssimo gosto com Wanessa Camargo, já falara coisas piores. Agora mexeu com esposa de milionário, que ameaçou tirar anúncios da TV Bandeirantes. Ninguém classificou caso como atentado à liberdade de expressão. Já quando ministra condena comercial de lingerie machista, o coro é um só: “Censura”!

por Gilberto Maringoni - leia a íntegra, clique aqui

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Em movimento

ACONTECEU:
- Palestra em Guaíba/RS – III CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA MULHERES DE GUAÍBAErradicação da Extrema Pobreza e Igualdade de Gênero em 24/08/2011.
- Palestra em Presidente Lucena/RS – I Conferência de Políticas para MulheresOs Diversos Papéis da Mulher Contemporânea em 29/08/2011.
- Curso em Sapucaia do Sul para profissionais integrantes da Secretaria de Assistência Social – A Documentação e a Garantia de Direitos em 31/08/2011.
- Aula Inaugural do Serviço Social na UNIJUÍ – Serviço Social e Possibilidades de Intervenção Profissional no Contexto Atual em 14/09/2011.
- II Jornada de Saúde do Hospital Bom PastorA Efetividade da Rede de Atenção em Saúde Mental: A família como estrutura básica. O trabalho multiprofissional. Em 15/09/2011.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Questão de Gênero

Do Terra:
 
Menino surpreende escola ao voltar das férias como menina

Um menino britânico que se identifica com o sexo oposto surpreendeu seus colegas ao retornar das férias escolares vestido de menina.

O garoto de 10 anos, cujo nome tem sido mantido em sigilo, foi diagnosticado com o chamado transtorno de identidade de gênero - quando um menino ou menina sente que, na verdade, pertence ao outro sexo.

A história foi divulgada pelo jornal local Worcester News, da cidade de mesmo nome onde vive a família.

Segundo o jornal, a decisão de aceitar a menina foi tomada pela família durante as férias de agosto. "Na cabeça dela, ela é uma garota, mas no corpo de um garoto", disse a mãe, de 36 anos de idade.

Diferenças
A condição foi diagnosticada por uma equipe de psiquiatras em Londres. Mas a família diz que percebeu as diferenças do menino desde os dois anos de idade. "Ela prefere brincar de boneca do que de carro", afirmou a mãe.

"Ela é uma garota bem feminina. Quer se vestir de acordo com a última moda. Não tem nada de masculino."

Desde que a história foi revelada, a criança tem recebido manifestações de apoio no "Worcester News".

Segundo a mãe, o carinho dos leitores é um "alívio".

No passado, o menino foi ridicularizado por um grupo de adultos que o chamou de "bizarro" em um shopping center.
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Neste blog, na barra lateral direita, há um trailer postado de um filme - Questão de Gênero - disponibilizado para o envio a 25 reais que trata exatamente dessa questão do Transexualismo. Um longa-metragem que traz um ponto-de-vista antagônico a este do tratamento dado pelos psiquiatras ingleses, que enquadraram esta menina como doente, vítima de um transtorno. Nós acreditamos que esta é uma visão extremamente retrógrada e que, sim, expressa-se também como desdobramento da Questão Social.

Assista ao trailer e siga as instruções para adquirir o filme.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Homofobia também é expressão da Questão Social

Um caso não tanto intrigante em si mesmo, mas, sim, na maneira que o tema vem sendo tratado pelo exército brasileiro. Segue parte de matéria do Terra Magazine:

RS: Deputado aponta falhas na apuração de estupro em quartel

A denúncia de um caso de violência sexual, ocorrido em maio passado, dentro de um quartel do Exército Brasileiro no Rio Grande do Sul, permanece sem desfecho. Um recruta de 18 anos alega ter sido estuprado por quatro colegas, enquanto cumpria pena disciplinar em um alojamento do Parque Regional de Manutenção, na cidade de Santa Maria, a 290 quilômetros de Porto Alegre.

Nesta sexta-feira (26), o deputado estadual Jeferson Fernandes (PT), membro da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, acrescentou que o Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado pelo Exército, foi encaminhado ao Ministério Público Militar, que devolveu a peça porque ela não apresentava o exame de corpo de delito feito pelo Instituto Médico Legal, exame realizado apenas após a solicitação da família do recruta.

- Um dos advogados do jovem leu a conclusão (do IPM) e me disse que nela constava que houve efetivamente a relação sexual, contudo, na interpretação do Exército, ela teria sido consentida. É um absurdo, estou estarrecido. Até porque isso vem somente agora. Antes, eles (o Exército) estavam negando que havia ocorrido a relação sexual. Eles deveriam ter alegado, então, que as evidências apontavam para uma relação sexual. Não era isso que estavam dizendo, mas diante das provas materiais, mudaram. O advogado me informou que o exame do IML aponta que o DNA localizado no lençol da vítima é o mesmo de um dos acusados e há outros resquícios de esperma, mas, como estavam muito misturados, não deu para diagnosticar de quem seriam - enfatiza o deputado, designado para acompanhar de perto a apuração.(...)

Terra Magazine - Qual é a sua percepção em relação ao desenrolar do caso? Para o senhor, há um movimento do Exército no sentido de abafá-lo?
Jeferson Fernandes - Isso está muito evidenciado. Até porque, eu tive uma conversa com o general que comanda o Exército na Região Sul do País e ele me falou várias coisas. Até penso que ele imaginou que eu não daria divulgação para o conteúdo da nossa conversa. Tão logo eu fiz isso, ele se mostrou muito revoltado. Nós quisemos aprovar um relatório na Comissão de Direitos humanos, a partir das oitivas que eu fiz e o que nos faz agora aguardar mais um tempo é um exame do Instituto Médico Legal.
Para você entender: Na ocasião da denúncia do rapaz, o exame no corpo dele foi muito mal feito. Além disso, não averiguaram nada no local do ocorrido. Não averiguaram os lençóis da cama do rapaz, a roupa íntima dele, as roupas dos envolvidos. Não precisa ser profissional da área do Exército ou da área da segurança para saber que, quando se faz uma perícia, é nos mínimos detalhes. Oito dias após o ocorrido, é que, por conta de uma denúncia que a mãe, o pai, mais o advogado fizeram, que eles recolheram essas roupas e levaram até o Instituto Médico Legal (IML).

Soubemos que chegou a ser feita uma ilação sobre a sexualidade da vítima. Disseram que ele era homossexual.
Esta é uma afirmação que a mãe do menino faz. Tão logo que os pais souberam, eles foram até o hospital militar, primeiro, naquela dúvida do que realmente tinha acontecido. Quando souberam da história por inteiro, eles foram conversar com um sargento, um sub-tenente que comandava a unidade onde ele (o menino) trabalhava. Esse cidadão teria dito: "Não, vocês estão cegos, não estão percebendo que o filho de vocês é homossexual. O que ele fez foi concedido. Nós, como Exército, não podemos responder por isso".
O inquérito que eles estão fazendo (IPM) já devia ter sido concluído há bastante tempo. Eu tive essa conversa com eles há dois meses. Foi no final do mês de junho. Na ocasião, eles me disseram que estavam aguardando esse segundo exame, que é do IML, portanto é um exame civil, não mais sob a tutela do Exército.

O Exército falou isso para o senhor?
Isso, o Exército.(...)

Leia a íntegra clicando aqui.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Um Homem Sério

Um filme de costumes, envolvente, de diálogos bem construídos, desenhando um cenário que audaciosamente se torna real, quase autobiográfico.
Nesta obra, é possível submergir no dia-a-dia de uma família de cultura judaica, inserida numa comunidade que mantém seus costumes, dogmas e virtudes. Um filme muito interessante para quem não tem conhecimento de uma das culturas hegemônicas do mundo moderno, que, juntamente com o cristianismo, tem ditado o destino da humanidade - para uma visão mais apurada ainda é indispensável ver todos os extras que vêm no DVD.
Impressionante como a singeleza do pintar de um retrato audiovisual, construindo-se superficialmente situações corriqueiras de problemas que qualquer família passa pode ter tamanha profundidade demandando reflexões e mais reflexões à medida que se desenrolam as situações com o personagem principal.
Importante, portanto, observar como valores ditados verticalmente podem influenciar no futuro das pessoas, como o preconceito aflora e, no caso de quem tem o Serviço Social como atividade, como a Questão Social tem sua gênese em momentos que muitas vezes não damos como importantes, sem a preocupação de que todos os atos estão na realidade interligados, culminando naquilo que posteriormente será uma expressão, uma consequência.

Assista ao trailer:


Destaque também para a trilha sonora, eclética e muito bem colocada.
When the truth is found to be lies
and all the joys within you dies

*parte da música Somebody to Love, da banda Jefferson Airplane (1967)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Estamira, indispensável

Segue um clipe de criação livre, com música de Belchior e com introdução de trecho do filme Estamira, uma obra-de-arte sobre a sociedade moderna. Filme indispensável para quem trabalha com a Questão Social - site oficial do filme, clique aqui.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Circo!

Muitas vezes é preciso abstrair para poder trabalhar o concreto...
Inserir a arte na prática da profissão é uma excelente ferramenta para despertar uma visão mais sensível. É por ela que enxergamos através das máscaras e chegamos a uma relação mais verdadeira com as pessoas, com o ser humano.

Curtam essa animação...

Bave Circus from DuDuF on Vimeo.



Retirado do blog Malas Lenguas

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A diferença no tratamento expressa a luta de classes

Um crime político aconteceu na Noruega.
Um branco, de olhos azuis, assassinou à bala mais de 70 jovens, membros de um partido alinhado com ideias de esquerda.
Ele "assinou" sua ação. Foi reconhecido por sobreviventes.
Ele planejou sua ação, planejou suas consequências, delimitou seu alvo.
E documentou tudo.
Mas continua sendo tratado pela mídia daqui como "suspeito".
A mesma mídia que não pensa duas vezes em divulgar culpados se estes são negros, pobres ou muçulmanos.
Por que será?
E por que ele sorri?


Na nossa opinião, ele sorri porque cumpriu sua missão.

sábado, 23 de julho de 2011

A fetichização da sociedade capitalista fica mais fácil de ser percebida em momentos como este

Morreu a cantora Amy Winehouse.
À parte de ser uma grande voz, o resto é produto da indústria - sua imagem, sua obra, até mesmo seu caráter.
Em praticamente todos os sites da mídia de massa, o pesar pela perda da cantora dura praticamente apenas 1 parágrafo, vindo, na sequência, estímulos para que as pessoas consumam, mais uma vez - e agora especialmente - as produções com Amy, que levam a marcas e locais que vendem coisas - entre estas, o estilo de vida e a própria obra da cantora.


Amy há muito já havia se rendido às drogas.
Era óbvio que seu corpo não suportaria muito mais tempo.
E a indústria a sugou em cada segundo que pôde no espetáculo que virou sua vida.
Agora, em sua morte, não deixará cinza sobre cinza, esgotando tudo o que for possível até que ninguém mais lembre quem era a pessoa Amy Winehouse.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dica de livro: Televisão & Educação - fruir e pensar a TV

Autora: Rosa Maria Fischer
Editora: Autêntica

Sinopse:

Este livro traz reflexões a partir de programas televisivos conhecidos dos brasileiros que, na maioria das vezes, assistem a tais programas sem perceber o funcionamento ideológico por trás deles. A autora analisa a comunicação considerando o ponto-de-vista da produção - elementos práticos, como audiência, objetivos pragmáticos dos programas,perfil de rede - e o da recepção de tais programas pelo público, ou seja, aquilo que ela considera, com base no filósofo francês Georges Didi-Huberman, como a "TV que vemos e a TV que nos olha".

A autora conduz essa análise através das relações entre televisão e educação, demonstrando como esse tema pode ser abordado em sala de aula, meios de discutir pontos interessantes através da experiência dos alunos que são, antes de tudo, telespectadores. Mais que eletrodoméstico, a TV é parte do cotidiano de educadores, pais e alunos, o que exige da escola novas maneiras de perceber as relações entre televisão e sociedade. Olhar a televisão de modo a enxergar mais do que os produtores dos programas esperam é, afinal, uma das funções da escola.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dica de filme: Eu, Você e Todos Nós

EUA - 2005
Direção: Miranda July


É um filme sobre várias vidas e diferentes caminhos. Uma artista plástica dá voz a amantes desconhecidos e encontra um vendedor de sapatos recém divorciado que não consegue se relacionar com seus filhos. O mais novo descobre a internet e o mais velho começa a experimentar o sexo junto com duas meninas do seu bairro. Elas provocam um outro vizinho, adulto, que atiça suas imaginações através de bilhetes pornôs deixados na janela. É um filme sobre personagens que lutam contra a solidão e perseguem as próximas etapas da vida. Este trabalho é um exemplo do excelente cinema independente que pode vir dos Estados Unidos.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Um belo monte de mentiras

A Questão Social se expressa por diversas maneiras. E uma delas está na ação do poder público segmentando a sociedade em estratos, daqueles em que uns têm mais direitos de fato do que outros - sim, a sociedade de classes exposta por Marx.
Pois a comprovação de que isto existe no Brasil, ainda nesta atualidade, está na fala de um membro do alto escalão do governo de Dilma Roussef - o presidente do IBAMA - conforme pode-se observar neste vídeo:


Impossível dar apoio a um projeto destes.
PAREM BELO-MONTE JÁ!!!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Hospedeiros da Opressão: quem defende é também quem oprime

Excelente análise de uma participante do evento da exibição do filme Nas Terras do Bem-Virá, ocorrida quarta-feira passada em Porto Alegre - conforme indicamos aqui.
Leia atentamente este texto de Amália Leonel Nascimento, escrito para Josué de Castro, pescado do site do Coletivo Catarse.

E agora, Josué? Nas terras do Bem-virá!

Porto Alegre, 12 de julho de 2011

"Meu caro amigo, me perdoe, por favor, se eu não lhe faço uma visita. Mas como agora apareceu portador, mando notícias nessa escrita."

Josué, me chamaram esses dias pra assistir ao filme “Nas Terras do Bem-Virá” num ciclo de debates sobre conflitos agrários. Resolvi assuntar e descobri que se tratava de um dos documentários mais completos para se entender a questão dos conflitos agrários no Brasil.

Oxe, mas só valeu à pena sair de casa a 5°C pelo filme e Lua sorrindo no fim, porque a noite terminou com uma tentativa frustrada de debate, por falta de tempo, depois de um resgate histórico do tema por um professor e o relato da experiência de uma procuradora federal. Não me culpe, compadre, por começar a te escrever me queixando, mas aquela noite foi danada e eu ando aperreada pra te contar. Longe de botar defeito na atuação da exma. procuradora nos dois anos em que combateu voluntariamente o trabalho escravo nas grandes fazendas da região sul do Pará, minha arenga é pela fala dela quando a telinha se apagou.

Sabe... eu esperava uma análise mais complexa e uma visão menos preconceituosa de uma representante do poder público federal, por sua experiência nos conflitos socioambientais daquela região amazônica por mais de 530 dias, mesmo que fosse uma gaúcha “criada no asfalto e shoppings de Porto Alegre”, como ela se declarou. Mas tem cabimento, ô Josué, uma autoridade pública, que deveria discutir os mecanismos de empoderamento e instrumentalização da população sem terra pela exigibilidade do direito a posse da mesma, se considerar “a voz desse povo imigrante nordestino, tão puro e aculturado”, embora “esteja apenas enxugando gelo”. Que voz é essa, ô Josué, se todo homem já nasce gritando? E que gelo é esse que joga pelo ralo tão grande riqueza quanto a cultura nordestina?

Confesso, visse, que fiquei arretada quando ouvi o depoimento de um fazendeiro latifundiário no vídeo que considerava um favor submeter àquelas condições subumanas os agricultores nordestinos que migraram para a Amazônia para virarem peões de trecho, diante das propagandas no Regime Militar de uma “terra que mana leite e mel” para "homens sem terras do nordeste em terras sem homens na Amazônia".

Mas fiquei besta quando a procuradora defendeu que essa situação acontece pela “submissão do povo nordestino a um prato de comida, por sua crendice e conformismo religiosos”, lamentando que não tenham “o mesmo sangue lutador do povo gaúcho tampouco sua estrutura cultural”.Crendice? Conformismo? Parei pra pensar que a religiosidade desse povo foi fundamental para resistirem às penúrias da longa e sofrida viagem, antes das condições insalubres de trabalho e vida nas grandes fazendas. E foi essa religiosidade e sabedoria popular que fizeram esses imigrantes, assim como a população local amazônica, respeitarem e reconhecerem na figura emblemática da Irmã Dorothy, uma força divina no enfrentamento do poder dos fazendeiros, políticos corruptos, assassinos e da mídia tradicional.

Como alguém pode criticar a “pureza e inocência” dos nordestinos que não só acreditaram nas profecias de Padre Cícero, mas também nas propagandas massivas da “terra que mana leite e mel” (Exodo 3:8) feitas pelo Governo Médici e desconsiderar a iniciativa de um pastor luterano no convencimento da partida dos primeiros gaúchos à região amazônica? E que submissão tão extrema é essa que foi e ainda é capaz de gerar tantos conflitos socioambientais na região? Josué, reduzir as questões religiosas à mera crendice é não levar em conta a influência que a Amazônia teve na própria mudança da orientação católica no Brasil, com o surgimento da Pastoral da Terra (Martins, 1994).

Ah, e por falar em influência, andam dizendo por aí que foi tu quem incentivou o desmatamento na Amazônia, para acabar com a fome e a pobreza da região. Como eu sou igual a São Tomé e só acredito vendo, fui dar uma lida nos teus escritos pra não chamar nenhum cabra de mentiroso sem ser. E acertei na veia! “Para melhorar as condições alimentares da área amazônica faz-se necessário todo um programa de transformações econômico-sociais na região. As soluções dos aspectos parciais do problema estão todas ligadas â solução geral de um método de COLONIZAÇÃO ADEQUADA à região.” (Castro, 1946, pg 102).

E esse tal de “gauchismo” repetido tantas vezes pela procuradora, que mais me parece uma reza?! Veio acompanhado de mais preconceito contra o povo nordestino, citado por ela como imigrantes no Pará que, entre outras dívidas absurdas que os faziam ficar presos naquelas terras até uma ilusória quitação, precisavam manter seu “gosto pela bebida”. E como se não bastasse a discriminação feita, indistinguiu aquela gente ao exemplificar sua descoberta de trabalho escravo na construção de um shopping em Porto Alegre, através da identificação de trabalhadores de “caras todas iguais, de rosto achatado e grandes orelhas, fotocópias de Sarney!” Pena que ela não vai encontrar num shopping perto de casa caras iguais a de Paulo Freire, Nisia Floresta, Francisco Julião ou a tua...

E por falar em Francisco Julião, hoje faz 12 anos da morte desse companheiro, líder das ligas camponesas em Pernambuco, militante da reforma agrária no Brasil (Martins, 1994). Tu não se lembrou da data? Aí não carece de calendários, eu sei. Por aqui as pessoas estão mais preocupadas com o aniversário de uma companhia aérea e suas passagens mais baratas.

É... parece que os fluxos migratórios mudaram, mas as promessas de ir a terra prometida continuam. Quem sabe, Josué, isso não resolva os problemas dos maranhenses? Segundo a procuradora, o problema desses trabalhadores, quando chegam à Amazônia e se deparam com a situação de trabalho escravo, é “falta de dinheiro para a passagem de volta ao Maranhão”. Estaria aí a solução? Reforma Aérea para todos então! Olha, me lembrei de tu de novo.

Açailândia, Amarante, Imperatriz foram cidades citadas no documentário nesse fluxo de homens e famílias para o sul do Pará. As mesmas cidades, na época de gravação do tal filme (entre 2006-2007), que no Maranhão sofreram, junto com Tocantins e Roraima, um surto de beribéri (carência nutricional de vitamina B1 causada, entre outros fatores, por dieta extremamente monótona). Na época, foram registrados 1207 casos e 40 óbitos na região, em sua maioria, de homens jovens, dessa doença tão absurda, antes só registrada por tu durante o ciclo da borracha na Região Amazônica (1870 e 1910).“Não posso, não posso” (=beribéri) era assim que os índios chamavam essa doença que lhe tirava até as forças vitais? Hoje, não sei se você tem acompanhado daí...

É, os jornais continuam não noticiando muita coisa... Mas nas últimas décadas, o desenvolvimento nessa região do Maranhão tem priorizado o desmatamento extenso com intensificação da plantação de eucalipto para atender mineradoras e madeireiras instaladas na área, além da agropecuária extensiva, em detrimento da produção de alimentos básicos, principalmente arroz, feijão, milho, mandioca e de frutos nativos como castanhas, babaçu e buriti (Lira; Andrade, 2008). As conseqüências são a desestruturação da economia local, ampliando a desigualdade social, comprometendo o meio ambiente e o acesso aos alimentos, além da qualidade de vida da população. Prato cheio pra uma nova Geografia da Fome, hein, Josué? Foi mal. Não vou te aperrear pra atualizar teus livros, até porque hoje o agronegócio tem feito o que quer em nossas fronteiras. Tu já teria dificuldade em desenhar um novo mapa.

Vixe Maria! Só falo de morte ou doença, Josué? Comemoremos então! Hoje é aniversário de Pablo Neruda. Vamos brindar! Com álcool não, por favor, pra não comentarem o “gosto de beber” nordestino, aqui produto social fermentado nas desigualdades e destilado a base da violência cometida àqueles peões de trecho no Pará e aos jovens desempregados do Maranhão. Tá certo, desisto. "Pai, afasta de mim este cálice!"

Me lembrei que no dia em que tu morreu no exílio, Neruda também batia as botas, de igual doença – tristeza – duas semanas depois do golpe militar no seu lar, o Chile. E por falar em lar, vou logo te dizendo que, se quiser responder essa carta, escreva meu endereço direitinho senão pode parar em alguma cidade brasileira colonizada nas fronteiras agrícolas como Porto Alegre do Norte e Porto dos Gaúchos (MT), Porto Alegre do Piauí, Rio Grande do Piauí (PI) ou Porto Alegre do Tocantins (TO). Um dia eu hei de entender um pouco mais da migração nessa região sem o tradicionalismo mítico da superioridade e bravura do sangue gaúcho, pioneiro e desbravador, que se reforça ainda mais frente aos estigmas negativos imputados a identidade nordestina (Haesbaert, 1998). Quando alguém me contar toda a resenha, eu te explico nos detalhes.

Como escreveu Frei Betto por esses dias (peço perdão pela minha crendice num frei): “Pena que o mundo acabou, a história findou e toda essa gente virou pó. Como teria sido importante o povo brasileiro ter direito à transparência histórica! Com certeza teria evitado que a nação repetisse tantos erros e reelegesse aqueles que distorceram os fatos e os encobriram para perpetuarem uma boa imagem que jamais mereceram.” Parece que os homens que escreveram e continuam escrevendo “nossa história”, a exemplo do Massacre dos Carajás, Corumbiara ou dos Porongos, têm sido meros lambe-botas de estancieiros e generais (Paulo Monteiro, 2010).

No mais, Josué, encurtando a prosa que eu sei que tu tá avexado, queria te avisar que já perdi a conta de quantos agricultores foram mortos nas últimas semanas na luta pela terra. E a lista de gente ameaçada é maior que a de animais em extinção na Amazônia. Espécimes raras! O último foi assassinado em nossas terras, Pernambuco.

"E agora, Josué? O filme acabou, a luz apagou, o povo sumiu e o debate esfriou? E agora, Josué?" Estarei presente na próxima sessão do ciclo de debates sobre conflitos agrários, pela promessa de uma discussão de qualidade sobre o tema para enfrentamento do problema. Espero também contar com a participação de mais colegas de pós-graduação e movimentos sociais para legitimação desse campo e ocupação do espaço no cinema que também nos é de direito.

P.S. Josué, tu deve de tá estranhando uma pernambucana te escrevendo das bandas do sul. Resolvi migrar pro Rio Grande para fazer meu doutorado em desenvolvimento rural, por falta de opção em virar modelo, ao contrário de um agricultor que a exma procuradora libertou, que ela disse ter vocação pras passarelas, de tão bonito que era, mas cujas mãos foram maltratadas pela enxada. O jeito é continuar no ofício, mas "se essa cerca durar mais um mês, vou embora para o Maranhão!"


Amália Leonel Nascimento
Nutricionista CRN-6 5545
Doutoranda PGDR/UFRGS
amalia.leonel@ufrgs.br

"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta,
não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
Cecília Meireles

REFERÊNCIAS:
RAMPAZZO, Alexandre. Nas Terras do Bem-Virá. Brasil, 2007, 111min. http://www.youtube.com/watch?v=dhSFmz5-yn4&feature=related
MARTINS, José de S. O poder do atraso. São Paulo: Hucitec, 1994.
CASTRO, Josué de. Geografia da Fome. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1946.
HAESBAERT, Rogério. A noção de rede regional: reflexões a partir da migração “gaúcha” no Brasil. Revista Território, ano III, nº 4, jan./jun. 1998.
BETTO, Frei. Sigilo eterno. Brasil de Fato. 1º/07/2011
MONTEIRO, Paulo. O Massacre dos Porongos e Outras Histórias Gaúchas. Editora Berthier, 2010.
LIRA, Pedro I.C.; ANDRADE, Sonia L. L. S. Epidemia de beribéri no Maranhão, Brasil. Cad. Saúde Pública, RJ, v. 24, n. 6, jun. 2008.
CPTPE. Trabalhador assassinado em Cachoeira do IPA– Sertão de Pernambuco. 04 de Julho de 2011.
MÚSICAS: Meu caro amigo e Cálice (Chico Buarque), E agora, José? (Drummond) e Síndrome de Abstinência (Nei Lisboa)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Utopia e Luta

Em Porto Alegre, uma comunidade, no centro da cidade, caracterizada pela vitória na luta pela moradia, quando após anos de ocupação conseguiram posse sobre um prédio abandonado foi recentemente atacada por simpatizantes identificados com a direita neonazista.

Seguem dois momentos de reportagem do Coletivo Catarse:



segunda-feira, 11 de julho de 2011

Não, ele não pode.

Barack Obama é uma caricatura de si mesmo.
Segue a agenda das grandes corporações igualmente como seu antecessor George W. Burro, quer dizer, Bush.
Hoje, os EUA é um Estado militarizado - de vocação, valores e cultura.
E isso não se constroi sem grandes consequências.
Uma delas tem sido os suicídios em suas tropas - prodominantemente de jovens de classes mais baixas.
Veja como isso tem sido tratado por Obama neste texto de Cláudio Lembo, para o Terra Magazine:

(...)A visão militarista do governo e dos empresários dos Estados Unidos lança a juventude norte-americana ao desespero. A droga ocupa espaço significativo nas comunidades de jovens. Quando escapam deste flagelo, incorporados às tropas, sentem-se sem perspectivas.

Resta-lhes a saída patética da perda da vida por vontade própria. Perdem o sentido da vida. Esta fica sem objetivo. Rompem-se todos os valores morais.

Uma sociedade profundamente cristã, como a norte-americana, vê no suicídio uma violação da relação das pessoas com Deus. A este pertence à vida concedida e não a seu detentor.

Imagine-se a dor dos familiares ao receberem os telegramas de sentimentos enviados pela Casa Branca. Os suicidas não recebem honras militares. Serão recordados, no entanto, pelo ato de auto-eliminação.(...)


Leia a íntegra, clique aqui.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Hoje, na Sala Redenção, Nas Terras do Bem-Virá

Em Porto Alegre, com entrada franca, exibição deste grande documentário sobre a questão do genocídio agrário na região amazônica.
Às 19h.
Assista ao trailer:


- mais informações, clique aqui

quarta-feira, 22 de junho de 2011

PERÍCIA SOCIAL E O ESPAÇO DE RESISTÊNCIA!

A interlocução com o Judiciário pressupõe conviver profissionalmente com o poder instituído, onde seus profissionais de ponta detém o poder de vida ou de morte social a partir da promulgação de uma sentença. Logo, quem transita no judiciário sabe que este poder oprime e é comum vivenciá-lo nos pequenos detalhes da rotina institucional.

É neste espaço em que a contradição emerge com força que vamos aprendendo o significado da resistência e da interlocução de direitos. É neste espaço que o Projeto Ético-Político do Serviço Social se constitui por esta interlocução através da Perícia Social.

No entanto, é necessário que os assistentes sociais se apropriem da Perícia Social como especificidade da profissão e não como um instrumento em que a documentação vai se constituir somente como um relato das situações dos sujeitos, oportunizando a Justiça assumir como de sua inteira responsabilidade as decisões sobre a vida destes mesmos sujeitos sem nenhum contraponto, através das sentenças dos juízes.

Muitas vezes escutei que no espaço de Justiça não dava para trabalhar como assistente social. Estas afirmativas sempre me remeteram ao Método Dialético Materialista Histórico, em que fica claro que para trabalhar com a Questão Social é antes de tudo se apropriar do espaço de resistência para inverter a lógica da sociedade capitalista, que se vale de uma Justiça de classe para punir quem se encontra na base da pirâmide social e dar guarida para quem se encontra no topo desta pirâmide.

A Perícia Social como especificidade tem o poder de materializar no conteúdo do documento Estudo Social a equidade e trazer para a decisão judicial a compreensão dialética da sociabilidade reificada imbricada na vida de um sujeito com seus direitos violados ou então, ampliando sua responsabilidade na violação de direitos praticada por um sujeito individual. Esta é a essência da Perícia Social como especificidade do Serviço Social, é materializar o Projeto Ético-Político profissional na ocupação do espaço de resistência em um local onde o poder instituído é carregado de contradições.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Turck

terça-feira, 7 de junho de 2011

Curso de Instrumentais Técnicos-Operativos

Matriculas abertas para o curso de Instrumentais Técnicos-Operativos com ênfase na entrevista dialética.

Contato: matriculas@graturck.com.br
Fone: (51)30720280 - das 14h às 17:30h

O curso será ministrado em cinco encontros, nas sextas à noite e sábado o dia todo, correspondendo a 40 horas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A RETOMADA!

Após uns dias de recesso, sem comparecer no site com algumas reflexões, estou voltando.
Mas por que de repente parei de escrever?
Às vezes, ficamos no vazio e entramos num processo intimista em que questionamos tudo que está ao nosso redor. Foi o que aconteceu comigo.
Ao findar o curso de Perícia Social (16 de Abril), na GRATURCK, passamos a refletir sobre a profissão com mais intensidade. Algumas questões sempre permanecem sem resposta e sem possibilidades de superação. Aí, retomamos novamente a formação. As mesmas questões aconteceram nas oficinas de articulação teórica-prática, na materialização da Proteção Social Básica nos CRAS de Gravataí/Rs que foram finalizadas em 16 de Maio de 2011.
As questões continuam e permanecem no âmbito da categoria dos assistentes sociais. Elas se fundam na identidade profissional, no seu objeto e nos fundamentos teórico-metodológicos no exercício profissional cotidiano.
Algo está desarticulado com certeza!
E nesta caminhada tenho me inteirado sobre as questões que vão emergindo nos cursos, nas oficinas, nos encontros, o descompasso entre a teoria e a prática. Mas este descompasso não acontece pela dificuldade de articulação, mas pela falta de conhecimento dos fundamentos do Serviço Social. E a formação reaparece com intensidade. Não sei se é intencional, mas começa a emergir um descompromisso com a profissão. Não é possível ouvir o desconhecimento de muitos profissionais sobre a trajetória histórica da profissão. Das lutas dos assistentes sociais para dar cara e competência a esta profissão no contexto social em que vivemos, demarcando o espaço de resistência como o nosso campo de luta. Não sei se é a dificuldade de apropriação da contradição como a categoria que dá sentido e identidade ao Serviço Social lhe indicando o caminho e seu estar no mundo. Ou não!
Só sei que está na hora de todos os profissionais construírem um coletivo profissional a partir de um objetivo comum, respeitando as diferenças e buscando na horizontalidade, possibilidades de consolidar esta profissão que a partir de seus fundamentos, diz a que veio e porque está aí, na defesa intransigente dos direitos humanos e na busca de uma sociedade justa e igualitária.
Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Turck

terça-feira, 26 de abril de 2011

Surpresas da Vida


Que força é esta que nos faz constantemente escolher o medo por sobre o amor?
Quais as consequências desta escolha?
O que nos compele a isto?
Em alguns lugares fechados, em ligações telefônicas, reuniões, poucas pessoas decidem o destino das escolhas da maioria da sociedade.
Talvez inconscientemente, talvez de forma maniqueísta.
E é assim que a "roda gira" no capitalismo.
Qual o papel dos assistentes sociais nesse contexto?
Você sabe se colocar neste mundo?

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Aconteceu

Aula No Hospital Psiquiátrico São Pedro, no Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP), para residentes, na disciplina de Intervenções Familiares, o tema REDE INTERNA COMO ESTRATÉGIA METODOLÓGICA NA CONSOLIDAÇÃO DE DIREITOS, ministrado dia 7 de abril pela manhã.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Matrículas abertas para o curso “Os Processos de Trabalho dos Assistentes Sociais e seus Elementos Constitutivos”

O curso se realizará em 29 e 30 de abril e 6 e 7 de maio de 2011, às sextas e sábados.
Horário: 18h30min às 22h30min (sextas) e 9h às 18h30min (sábados).

Informe-se e matricule-se pelo e-mail matriculas@graturck.com.br

Questão Social: racismo? Ódio de classe?

'Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido'
A frase acima revela parte da humilhação vivida por um estagiário do Superior Tribunal de Justiça (STJ) após um momento de fúria do presidente da Corte, Ari Pargendler (na foto).(...)
- clique para ler a íntegra

Quem é Marco, o estagiário demitido pelo presidente do STJ
Alvo de momento de fúria do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Ari Pargendler, o estudante Marco Paulo dos Santos, 24 anos, nasceu na Grécia, filho de mãe brasileira e pai africano (Cabo Verde).(...)
- clique para ler a íntegra

sábado, 26 de março de 2011

Pelo direito de brincar e experimentar!



Este vídeo foi produzido no Ponto de Cultura Ventre Livre. Registra parte de uma atividade com crianças do bairro Vila Jardim em Porto Alegre.

Clique aqui e conheça mais sobre o Ventre Livre.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Oficinas de capacitação em Gravataí

A GRATURCK realizará o Oficinas de Articulação Institucional e Profissional na Consolidação da Proteção Social Básica para capacitação da Equipe Técnica dos CRAS do município de Gravataí/RS nas seguintes datas:
- Março
dias 2, 16, 23 e 30

- Abril
dias 5, 13, 20, 27

- Maio
dias 4 e 11

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CURSOS GRATURCK 2011!

26 DE MARÇO INICIA O CURSO DE PERÍCIA SOCIAL

Curso de Perícia Social
Inscrições abertas!!!
CH: 44 horas (4 horas não presenciais)
Ementa: A Perícia Social como área de trabalho privativa e sua interlocução na preservação, garantia e conquista dos direitos dos usuários na intersecção com o Direito e a Justiça na sociedade.
Sinopse: A constituição da Perícia Social no âmbito do Poder Judiciário, na Assistência Judiciária e no trabalho autônomo. Qualificação dos processos de trabalho dos Assistentes Sociais na elaboração da documentação: diferenciação do uso de Laudo Pericial, Estudo Social e Parecer Técnico ou Parecer Social.

Dias da semana: sexta e sábado
Março: dia 26
Abril: dias 2, 8, 9, 15 e 16
Horário: 18h30 às 22h30 (sextas) e 9h às 18h30 (sábados)
Matrícula: R$ 35,00
Investimento: Até 3 parcelas de R$ 270,00 ou R$ 735,00 à vista (curso e material didático).

Informações: matrículas@graturck.com.br e (51)3072.0280 (das 13h30 às 17h30)


CURSO DE QUESTÃO SOCIAL: da experiência vivida no cotidiano profissional à teoria
CH: 20 HORAS
Ementa: A Questão Social e sua apreensão como objeto do Serviço Social. Sua configuração nos espaços de prática e seu desvendamento na vida dos sujeitos, qualificando os processos de trabalho no cotidiano profissional.
Sinopse: Através do reconhecimento da Questão Social como objeto do Serviço Social, pretende-se dar visibilidade à aplicabilidade do Projeto Ético-Político da profissão. Para tanto, utiliza-se uma metodologia da aplicação do Método Dialético Materialista Histórico, que vai trazer à tona a contextualização de uma realidade através da visualização das categorias historicidade, contradição e totalidade, fundamentais na apreensão do objeto para a consolidação da identidade profissional nos espaços institucionais e na qualificação dos processos de trabalho dos assistentes sociais. Metodologia recentemente consolidada como Metodologia da Prática Dialética.

Dias da semana: segunda, terça, quarta, quinta e sexta
Março: dia 28, 29, 30 e 31
Abril: dia 1
Horário: 18h30 às 22h30
Matrícula: R$ 35,00
Investimento: Até 3 parcelas de R$ 110,00 ou R$ 300,00 à vista (curso e material didático).

Informações: matrículas@graturck.com.br e (51)3072.0280 (das 13h30 às 17h30)


CURSO: NOB (Norma Operacional Básica)/SUAS (Sistema Único de Assistência Social) – O REDESENHO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E SUA NOVA BASE DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO
CH: 56 HORAS
Ementa: Apreensão da Política de Assistência Social/PNAS como marco legal mais recente da Política e do Sistema Único de Assistência Social/SUAS como sistema em processo de implementação em todo o território nacional, responsável pela gestão do conteúdo específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira.
Sinopse: Atualizar e qualificar estudantes e profissionais acerca dos conteúdos da PNAS/2004 e NOB/SUAS contextualizando historicamente a assistência social até os dias de hoje como política a partir de seus marcos legais e sua relação com a Questão Social.

Dias da semana: terça, quarta e quinta-feiras
Abril: dias 19, 20, 26, 27 e 28
Maio: dias 3, 4, 5, 10, 11, 12, 17, 18 19, 24 e 25
Horário: 19h às 22h30
Matrícula: R$ 35,00
Investimento: Até 5 parcelas de R$ 242,00 ou R$ 1.100,00 à vista (curso e material didático).

Informações: matrículas@graturck.com.br e (51)3072.0280 (das 13h30 às 17h30)



CURSO: OS PROCESSOS DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS E SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
CH: 24 horas
Ementa: Os elementos que constituem os processos de trabalho dos assistentes sociais e sua materialização na prática profissional.
Sinopse: A materialização do Processo de Intervenção a partir da prática, pela apropriação dos elementos constitutivos dos processos de trabalho dos assistentes sociais.

Dias da semana: sextas e sábados
Abril: dias 29 e 30
Maio: dias 6 e 7
Horário: 18h30 às 22h30 (sextas) e 9h às 18h30 (sábados)
Matrícula: R$ 35,00
Investimento: Até 3 parcelas de R$ 120,00 ou R$ 360,00 à vista (curso e material didático).

Informações: matrículas@graturck.com.br e (51)3072.0280 (das 13h30 às 17h30)


CURSO: INSTRUMENTAIS TÉCNICOS-OPERATIVOS COM ÊNFASE NA ENTREVISTA REFLEXIVA OU DIALÉTICA (ITO)
CH: 40 HORAS
Ementa: A articulação da Questão Social e dos instrumentais técnicos-operativos com ênfase na entrevista reflexiva e ou dialética e a sua técnica de aplicabilidade na execução dos processos de trabalho dos assistentes sociais pela intencionalidade sustentada nos Fundamentos do Serviço Social.
Sinopse: A apropriação da intencionalidade dos instrumentos a partir da técnica articulada aos Fundamentos do Serviço Social e seu aprofundamento e operacionalização na prática cotidiana através da entrevista reflexiva e ou dialética.

Dias da semana: sextas e sábados
Junho: dias 17 e 18
Julho: dias 1, 2, 15, 16 e 22
Horário: 18h30 às 22h30 (sextas) e 9h às 18h30 (sábados)
Matrícula: R$ 35,00
Investimento: Até 3 parcelas de R$ 260,00 ou R$ 700,00 à vista (curso e material didático).

Informações: matrículas@graturck.com.br e (51)3072.0280 (das 13h30 às 17h30)


CURSO: REDE INTERNA E REDES SOCIAIS
CH: 24 HORAS
Ementa: A Rede Interna como estratégia metodológica na articulação de Recursos Sociais para a construção e consolidação de Redes Sociais na garantia de direitos.
Sinopse: A construção da Rede Interna a partir de experiências profissionais individuais na consolidação do sentido de pertencimento, de responsabilidade e da solidariedade comprometida de cada profissional para a articulação de Recursos Sociais na construção e consolidação de Redes Sociais.

Dias da semana: sextas e sábados
Setembro: dias 9, 10, 23 e 24
Horário: 18h30 às 22h30 (sextas) e 9h às 18h30 (sábados)
Matrícula: R$ 35,00
Investimento: Até 3 parcelas de R$ 120,00 ou R$ 360,00 à vista (curso e material didático).

Informações: matrículas@graturck.com.br e (51)3072.0280 (das 13h30 às 17h30)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A INVISIBILIDADE E O SERVIÇO SOCIAL

A invisibilidade pressupõe a não existência. Logo, se é invisível, não existe. Se não existe, como podemos definir a sua existência? O fato de negar a existência abre possibilidades de entender a inexistência pela afirmação da existência. Portanto, entender essa afirmação a partir da negação é dar materialidade à contradição.

Este trocadilho nos ajuda a entender o Serviço Social como profissão que atua na contradição através do que chega à prática miúda dos assistentes sociais, a desigualdade social.

E esta constatação nos leva direto para o conceito de Serviço Social publicado no Wikipedia, que conceitua o Serviço Social “como uma profissão de curso superior cujo objeto de intervenção são as expressões multifacetadas da questão social. Tem contribuições da sociologia, psicologia, economia, ciência política, filosofia, antropologia, pedagogia. O Serviço Social é uma profissão de caráter sócio-político, crítico e interventivo, que se utiliza do instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para a análise e intervenção nas diferentes “refrações da questão social”, isto é, no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho”.

Em primeiro lugar, quero contestar esta conceituação da profissão que não diz a que veio. As expressões da questão social compõem a materialização da sociedade capitalista. Elas são transversais a qualquer profissão, e o que diferencia as categorias profissionais entre si, para trabalharem com essas expressões multifacetadas é o seu objeto profissional. Logo, se a Questão Social é o objeto genérico do Serviço Social, ele aponta para o espaço do social que a profissão vai ocupar. E, aí, surge a categoria contradição com força, determinando que o Serviço Social vai se ocupar das expressões multifacetadas da Questão Social pela resistência, logo, vai dar visibilidade ao socialmente invisível.

E nesta lógica, emerge a orientação social da profissão – a defesa intransigente dos direitos humanos e a busca por uma sociedade justa e igualitária, dada pelo seu Projeto Ético-Político. A categoria contradição materializa o objeto do Serviço Social, porque, como o referido acima, vai dar visibilidade ao socialmente invisível, aquilo que ninguém quer ver. Isto é, vai desvendar todos os parâmetros de responsabilidade que estão postos em uma situação de violação de direitos explicitada por um sujeito singular. Só assim, a partir dessa compreensão e apropriação, que o Serviço Social adquire um caráter sócio-político e crítico, articulado ao seu caráter eminentemente interventivo, uma característica de sua origem.

Em segundo lugar, quando a Wikipedia diz que o Serviço Social “utiliza de outras profissões”, para intervir na realidade, ela, a Wikipedia, retorna a origem da profissão, trazendo para a contemporaneidade o caráter de subalternidade do Serviço Social que se servia acriticamente das outras profissões. Deixa de levar em conta uma das categorias teóricas do Método Dialético Materialista, a totalidade, que implica em se apropriar de um fenômeno a partir do conhecimento construído através do paradigma marxista e das teorias críticas. Deixa de lado a própria construção do conhecimento que o Serviço Social vem brindando a décadas a categoria, por inúmeros assistentes sociais, que através da pesquisa, trazem uma nova compreensão teórica de interpretar as expressões da Questão Social materializadas na prática miúda destes profissionais.

Em relação ao instrumental, mais uma vez a incoerência se faz presente neste conceito. Sabemos que o instrumental científico está disponibilizado para qualquer profissão utilizar. O que vai diferenciar é a intencionalidade de seu uso a partir dos fundamentos teóricos metodológicos que dão sustentação a própria existência da profissão. E trazer somente a desigualdade para o contexto do Serviço Social como único produto da Questão Social, é ter uma visão reducionista da realidade posta pela relação capital e trabalho, sem levar em conta a categoria contradição que permite a apropriação da Questão Social pela desigualdade social e pela resistência. E se a resistência é um espaço a ser conquistado porque ela é invisível, se não a capturarmos, nós, assistentes sociais, estaremos fadados a continuarmos a conceituar a profissão a partir do Serviço Social tradicional, teoricamente superado pelos seus fundamentos, deixando de lado a resistência que traz a lógica do direito para viabilizar o Projeto Ético-Político profissional que dá a orientação social da profissão.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Turck

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

SERVIÇO SOCIAL E A CATEGORIA CONTRADIÇÃO

A categoria Contradição é fundamental para o Serviço Social, porque ela define a própria existência desta profissão. Sem sua apropriação, o Serviço Social retorna às suas origens de subserviência e de complementaridade de outras profissões. Retorna aos fundamentos do assistencialismo para dar conta de um social reduzido às carências e também da subalternidade para explicar o social a partir da patologia ou da culpabilização dos sujeitos e de suas famílias. Logo, para se apropriar da categoria Contradição é necessário não negar seu passado e a intencionalidade de sua criação. Porque para uma profissão que tem o social como seu espaço de atuação avançar, é necessário, antes de tudo, superar o reducionismo de leitura do social.

É preciso avançar dialeticamente para entender este social que se movimenta em ondas circulares em um processo de sínteses provisórias que se movimenta pelas sínteses forjadas na tese, antítese e sínteses.

E, para tanto, é necessário se apropriar das categorias teóricas do Método Dialético Materialista Histórico para entender este social em contínuo movimento que materializa sempre o instituído, isto é, a desigualdade social. Logo, a contradição nos dá outra dimensão do social, faz com que a desigualdade deixe de ser o centro de nossos processos de trabalho e torna a resistência o eixo principal dos processos de intervenção. Portanto, nos acena com a apropriação da desigualdade social como a aparência que encobre o real concreto. Que vai desvendar a estrutura da sociedade capitalista de cunho periférico que se funda exatamente nessa desigualdade social, que viola os direitos mais elementares de se viver com dignidade da população trabalhadora.

Aí, vamos entender o compromisso da classe dominante. Sua fúria preconceituosa com a universidade para todos. Sua má vontade contra as cotas, a violência contra as minorias. A culpabilização de “Deus” pelas enchentes em São Paulo. E a escuta inútil da voz de uma mulher de 70 anos neste mesmo estado: “Só faz mudanças para judiar da pobreza. Mas nós não merece isso não. Nós merece ser alguém na vida. Nós tira sujeira da casa de vocês e nós fica aqui atolado na lama!!!” - neste grito de alerta e de socorro está materializada a Questão Social pela desigualdade social que é visível e pela resistência que só é desvendada pela apropriação da contradição que aponta o social aparente construído e consolidado pela violação de direitos. E é esta apropriação da contradição pela ótica dos direitos que dá sentido e significado a esta profissão: SERVIÇO SOCIAL!

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Muito além do cidadão Kane

É NECESSÁRIO IR NA HISTÓRIA PARA ENTENDER O QUE OCORRE HOJE NA MANIPULAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO A SERVIÇO DOS INTERESSES ESPÚRIOS EM DETRIMENTO DOS DIREITOS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. ESTÁ CHEGANDO A HORA DE DARMOS UM BASTA, PARA GARANTIR E CONSOLIDAR OS DIREITOS.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A INFORMAÇÃO: UM DIREITO A SER CONSOLIDADO!!!

As tragédias climáticas que vêm assolando São Paulo e Rio de Janeiro desmascaram a informação a serviço da desinformação articulada com os interesses espúrios do capital. E ler esta realidade a partir do Método Dialético Materialista é uma obrigação de qualquer assistente social que tem como orientação social o Projeto Ético-Político da profissão.

É importante e fundamental porque direito se constrói e se consolida com a informação. E ela se constitui em uma estratégia fundamental para a democracia e a conquista de direitos. Negar os fatos, esconder as responsabilidades é o que nos brindam cotidianamente a mídia corporativa.

São Paulo embaixo d’água, “culpa de São Pedro!”. As autoridades municipais e estaduais estão isentas de responsabilidade. Ora, a chuva só castiga os trabalhadores! Os moradores dos Jardins estão protegidos, porque tem saneamento básico. A tragédia humana é esquecida, as promessas, de 16 anos continuam renovadas e esquecidas. As lágrimas dos trabalhadores se confundem com os pingos da chuva que não cessam. E quem deve informar, cobrar, denunciar, esconde o óbvio porque está a serviço não da população, mas do capital, que, concentrado na mão de poucos, ainda, avidamente, aumenta seus lucros, pavimentando estradas sem drenagem adequada, desrespeitando o leito do rio, jogando a sujeira química e humana em suas águas, desrespeitando o meio ambiente num surto de construção civil desenfreada, onde o lucro é o único a ser respeitado. Mas isto não é denunciado, é posto embaixo do tapete dos interesses espúrios. E a população desassistida e desinformada, continua com seus direitos violados por quem deveria garantir e consolidar direitos através da operacionalização articulada das políticas públicas.

No Rio de Janeiro, 648 mortes escancara a irresponsabilidade dos agentes políticos e a desinformação da mídia corporativa, que ao avaliar a tragédia, culpa o governo federal sem a mínima crítica e com a defesa intransigente de interesses de uma classe dominante, que torce o nariz para tragédias que se abatem sobre os trabalhadores. Esquecem de perguntar onde a Fundação Marinho colocou os R$ 24.000.000,00(!) repassados pelo governo do estado do Rio de Janeiro para aplicar na ajuda as vítimas de tragédias anteriores. Não perguntam por que não foram utilizados recursos federais em 2010. Esquecem de informar que sem projetos não se libera dinheiro público. E que, agora, as três cidades serranas se articularam em consórcio para elaborar projetos para captar recursos e conseguir realizar obras de prevenção e de sustentação as vítimas desta tragédia imensurável.

Logo, o Método é fundamental. Sem ele, nós assistentes sociais não conseguiremos dar visibilidade ao invisível. Trabalhar coletivamente, consolidar movimentos sociais que cobrem de governantes, independente de partido político, a materialização de políticas públicas que garantam direitos. E, principalmente, denunciar e pressionar quem no uso de uma concessão pública, como os meios de informação, se prestem a desinformação que leva a violação de direitos. Ocupar espaços de resistência é ir além da aparência e garantir estratégias para a responsabilização de todos em diferentes patamares, onde vidas são perdidas pela ganância do lucro fácil.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

REFLEXÕES SOBRE O SERVIÇO SOCIAL!!!

Passado o ano de 2010 é necessário emergir reflexivamente o que fui encontrando ao longo desse ano. Mesmo retrocedendo processualmente na história, existem pontos que sempre permanecem. Encontramos assistentes sociais formadas em diversos anos, em diferentes universidades, mas com as mesmas dificuldades. Muitas com uma solidez teórica bem fundamentada e coerente, outras, excelentes pesquisadoras, mas a grande maioria tem um traço em comum: a fragilidade na mediação teoria e prática.

Inicio o ano de 2011 com a mesma questão que me acompanha ao longo de minha trajetória profissional: por que a formação não dá conta desta articulação? Por que os Fundamentos do Serviço Social muito bem apropriados por estes profissionais não chegam a serem materializados na prática? Existem várias inferências sobre esta realidade da prática miúda dos assistentes sociais. Inferências estas que ouso expor algumas, para o debate:

- Falta de maior rigor na formação teórica;
- Falta de ir às fontes para ensinar a teoria e o Método em Marx;
- Dificuldades de materializar o Método na “prática miúda” dos assistentes sociais;
- A não inclusão da Questão Social como eixo de articulação dos currículos;
- O desconhecimento do Projeto Ético-Político profissional como orientação social da profissão e como este desconhecimento repercute na sua “prática miúda”;
- A não apropriação da contradição como materialidade para executar a mediação teoria e prática.

Enquanto o fosso entre a prática e a teoria continuar aumentando, a profissão continuará se fragilizando, porque a escuta continuará inútil. A academia permanecerá no seu espaço e a prática continuará no andar de baixo construindo práticas distanciadas dos Fundamentos da profissão.

Esperamos que 2011 possa possibilitar o diálogo reflexivo que movimente a discussão da profissão agregando os Fundamentos a “prática miúda” dos assistentes sociais.
Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Turck

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O TEMPO NÃO PARA: SALVE 2011!!!

Parafraseando Cazuza, que nos indica que inexoravelmente o tempo não para, nos dá a dimensão exata do movimento dialético, onde a contradição que sustenta este movimento nos aponta para um novo tempo em 2011.
Retomando 2010, foi um ano profícuo, de desafios, de conquistas, de recuos, avanços e ampliação de espaços pessoais, afetivos e profissionais.
E o que fica é a impermanência das derrotas e das conquistas. Este movimento é a própria essência da vida e do novo tempo que vem se consolidando.
Em relação ao Serviço Social, é necessário consolidar o caminho, ampliar o horizonte, deixar que a escuta da elite pensante da profissão se aproxime dos assistentes sociais da “prática miúda” para a articulação, construção e ampliação do conhecimento que dê conta da materialização do Projeto Ético-Político profissional.
Se houve um tempo em que foi necessário fechar para conquistar e consolidar espaços e conhecimentos profissionais é chegado outro tempo. O tempo da construção do coletivo profissional onde todos possam contribuir com seu conhecimento e sua experiência. Urge neste 2011, que acaba de chegar, que a academia se aproxime da prática e que a prática se aproprie do conhecimento, para que o serviço Social se consolide como uma profissão, que pela sua orientação social está antenada com este novo tempo.
Feliz 2011 a todos os assistentes sociais que cultivam a esperança e a utopia de um novo mundo que se constrói no cotidiano das pessoas através de sua “prática miúda”.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Turck