segunda-feira, 10 de junho de 2013

SERVIÇO SOCIAL E RESPEITO ÀS DIFERENÇAS

Ah, as diferenças!!!

A realidade se materializa de forma intensa e verdadeira, e, ao nos apropriarmos dela, nos conectamos visceralmente com nossas diferenças em que o limite entre o respeito à diversidade e as nossas concepções de homem e mundo se alinham, muitas vezes, em caminhos paralelos que nunca irão se encontrar.

É nestes momentos que nos damos conta de como é difícil ser assistente social e ser fiel ao Projeto Ético-Político profissional!

Como é difícil olhar para nossos preconceitos, nossas crenças e nossos medos e lutar pela defesa intransigente dos direitos humanos!

Como defender direitos se o medo nos acompanha no cotidiano, ao absorvermos sem crítica o que a mídia corporativa "berra" quando defende a maioridade penal, deixando de lado o adolescente e vociferando aos quatro ventos que ele virou "menor bandido"?

Como defender direitos se nossas crenças, que nos ajudam a enfrentar o cotidiano, nos colocam frente à frente com pessoas com orientação sexual homoafetiva, que buscam seus direitos, e desafiam, nesta busca, o que é posto como "sagrado"?

Como defender direitos quando nossos preconceitos se conectam com as "vozes" mais retrógradas e conservadoras da sociedade quando estas gritam que um programa de assistência como a Bolsa Família é "bolsa de vagabundos"?

Como se incluir em movimentos em "busca de uma sociedade justa e igualitária" se concordamos que os movimentos sociais são movimentos de arruaceiros que só atrapalham o trânsito e a ordem social?

Como defender nosso Projeto Ético-Político indo contra o que está aí, nos posicionando em um caminho muitas vezes solitário e incompreendido?

Nestes momentos, ser assistente social passa pelo autoconhecimento de nossa humanidade, de nossas fraquezas, de nossos limites e de nossas possibilidades.

E vamos aprendendo que, ao nos defrontarmos com estas lutas internas cotidianas, devemos sempre chamar outro assistente social que já venceu e controla seus medos, crenças e preconceitos, para assumir, eventualmente, nosso lugar no atendimento a situações que ainda não estamos preparados para atender.

E continuamos aprendendo que ser assistente social em uma sociedade perversa e excludente é estar na luta cotidiana não só ocupando espaços de resistência, mas, principalmente, uma luta travada conosco mesmo, para ampliar nossa humanidade e articulá-la com os Fundamentos do Serviço Social na garantia e consolidação de direitos, sem que para isto possamos levar para este contexto nossos medos, crenças e preconceitos.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck