quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O MÉTODO MARXISTA E SUA IMPORTÂNCIA NO DESVENDAMENTO DA “COISA” (CAPITAL) NO COTIDIANO DOS SUJEITOS

Em 28 de novembro fui em um município perto de Tapes, no RS, para realizar uma Perícia Social pela Justiça Federal Previdenciária, solicitação de um jovem de 24 anos em sofrimento psíquico, que reivindicava o direito ao Benefício de Prestação Continuada. E me defrontei com uma situação que somente o Método Dialético Materialista poderia ajudar a descortinar, e o objeto de minha profissão – Questão Social - me indicava qual o espaço do social que eu devo ocupar para materializar a orientação social da profissão, dada pelo nosso Projeto Ético-Político.

O local de moradia, zona rural, de um pequeno agricultor, que trocou a multicultura pela monocultura do fumo. Se agregou a duas famosas indústrias de fumo no Rio Grande do Sul para plantar fumo, com os insumos subsidiados por estas empresas. Somente o grupo familiar, o casal e os dois filhos passaram a plantar. Mas, para tanto, para obter a qualidade exigida pelas fumageiras, era preciso usar cinco venenos poderosos, sem informação do perigo que o contato com estes venenos traria para a saúde destes pequenos agricultores. E o tempo foi passando. A monocultura os aprisionou e os impossibilitou na busca de outros meios de sobrevivência. Resultado atual: os dois filhos de 24 e 20 anos sofrem de depressão grave. Estão proibidos de trabalharem com o fumo, isto é com o veneno. Logo, se pode inferir que o sofrimento psíquico foi causado pelo convívio cotidiano com os venenos usados na planta para obter a melhor qualidade para a fabricação de outro veneno – o cigarro.

Esta ano, a colheita deu prejuízo, o agricultor não pode entregar o fumo de qualidade para seus “patrões” – as fumageiras – e ficaram com uma dívida impagável, estão sem crédito e não têm como sobreviver. Com certeza, se não conseguirem pagar o que foi subsidiado, suas terras irão a leilão. E eles serão jogados na sarjeta da vida. Quem paga sempre é o trabalhador, com sua vida, com sua dignidade, com sua saúde. O Estado também paga, porque tem que garantir a sobrevivência para quem honestamente trabalhou e acreditou e vai pagar, porque estes sujeitos estão em plena juventude, mas tiveram esta mesma juventude roubada pela “coisa” que é sempre coerente: trabalhador é mercadoria, se está estragada, se joga fora e se compra outra.

O Método Dialético Materialista na prática cotidiana para os assistentes sociais oportuniza materializar a história da “coisa” (o capital) na vida dos sujeitos. E o Projeto Ético-Político da profissão nos obriga a encontrar os caminhos para a denúncia a partir de seus agentes (fumageiras) e da garantia dos direitos dos sujeitos (jovem de 24 anos em sofrimento psíquico), cujas violações de direitos nos chegaram, neste caso, através da Perícia Social.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Turck

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Questão Social: a luta quilombola

No RS, mais precisamente no município de Morro Alto, litoral norte, uma área rasgada pelo "progresso", o conflito pela posse da terra é constante.

Do Coletivo Catarse:
Assembléia realizada em Morro Alto-RS com a participação de representantes do Governo Federal, Ministério Público, SEPPIR, Defensoria Pública,UFRGS e pequenos agricultores quilombolas e não quilombolas para esclarecimentos sobre o processo de titulação do quilombo. Ontem, encerrou o prazo que o Ministério Público deu para o INCRA de iniciar a agenda de notificações deste processo de titulação.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Terra é de quem plantar!

A questão agrária é também Questão Social.
Aqui abaixo, passamos um pequeno clipe da entrevista com o cancionista Pedro Munhóz, um artista ativista das causas dos movimentos socias, que tem pautado sua obra com as lutas, principalmente, pelo direito à terra.


- isso é parte das oficinas promovidas pelo Ponto de Cultura Quilombo do Sopapo em parceria com o Coletivo Catarse