quarta-feira, 3 de outubro de 2007

SERVIÇO SOCIAL: UMA PAIXÃO INTERMINÁVEL!

Às vezes me pergunto: como posso ainda estar apaixonada pela profissão que escolhi há tantos anos?
O que me move nesta paixão por uma profissão que transita na tensão entre a teoria e a prática?
E que traz mais incertezas do que certezas a quem a escolheu?
Uma profissão que luta permanentemente contra a sua identidade historicamente atribuída nos espaços miúdos da prática.
Uma profissão que tem que estar constantemente em luta para ser reconhecida, para garantir espaços de interlocução.
De onde nasce esta paixão?
Ah! Ela nasce dos sujeitos de nossa intervenção, porque eles nos dão o sentido de suas invisibilidades. Porque descobrimos o mundo real em seus cotidianos.
Porque eles nos conectam com nossa própria humanidade e vamos lentamente descobrindo esta profissão que abre este mundo invisível dos excluídos. Que nos proporciona a convivência com sujeitos que nos ensinam a sobrevivermos, apesar da barbárie.
A paixão pelo Serviço Social nasce à medida em que se nutre da paixão que estes mesmos sujeitos de nossa intervenção mantêm viva na nossa humanidade. Porque esta só se manifesta pela conexão visceral com a injustiça, pela sede de justiça e pela permanente esperança “que outro mundo é possível”...
Maria da Graça Türck