segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Inserção dos Assistentes Sociais na Área Educacional

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck

A luta do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e do Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFESS) para a atuação destas duas categorias “na escola compondo equipes multiprofissionais juntamente com professores, pedagogos e outros” é uma realidade a ser consolidada pelo Projeto de Lei iniciado na Câmara (PLC) de nº60/2007, que dispõe sobre a prestação de serviços de Psicologia e de Serviço Social nas escolas públicas de educação básica.

Logo, esta realidade impõe aos assistentes sociais a apropriação dos Fundamentos do Serviço Social na execução de seus processos de trabalho nas escolas. A ocupação destes novos espaços de trabalho deve priorizar a consolidação da identidade profissional a partir do “núcleo duro” da profissão, isto é, do paradigma Marxista, das teorias Críticas, do Método e da Metodologia de aplicação do Método, para concretização do Projeto Ético-Político profissional.

Todo o cuidado é pouco, porque a não apropriação dos Fundamentos da profissão pelos assistentes sociais que irão se inserir neste novo contexto profissional, poderá reproduzir o que se vê constantemente em outros espaços: identidade atribuída, práticas desconectadas com os Fundamentos Teórico-Metodológicos, Éticos-Políticos e Técnico-Operativos e assistentes sociais cujos “processos de trabalho” se constituem como auxiliares de outras profissões.

O artigo a seguir explicita com propriedade a reflexão deste contexto construída através da experiência: fala Gisele!


Os Processos de Trabalho dos Assistentes Sociais na Escola

Pensar sobre o cotidiano escolar é pensar no futuro das gerações. E como este futuro vem a ser construído, em meio a realidade apresentada. Conhecer o dia a dia das escolas é adentrar na rotina dos alunos e funcionários dessa instituição, uma realidade em que se apresenta uma violência sutil pouco visível aos olhos. Eis novamente a Questão Social desvelada pelas “ lentes” do assistente social que desvenda as suas expressões como o abandono, a adultinização precoce, a violência intrafamiliar e doméstica, o abuso sexual, a pobreza, a miséria, a drogadição, a carência, o alcoolismo e a negligência. Essas expressões emergem em meio a essa rotina banalizada e com pouca ou nenhuma motivação para mudança para um futuro tão próximo.

Logo, pensar que a escola deve ser um espaço de aprendizagem de descobertas não somente dos conteúdos escolares mas sim de cidadania , um espaço para discussão das situações de desigualdade social atuais , dos valores e respeito as diferenças. A realidade que ora se apresenta em algumas escolas na grande Porto Alegre/RS, no entanto nos revela outra face, um local triste cuja fala de um professor retrata bem esta realidade: “ - lembra um campo de concentração, os conteiners parecem câmaras de gás - como uma criança vai querer estudar ali? E o valo lembra a valeta para enterrar os corpos!” Então, pensar na escola como um espaço agradável com um pátio atraente para brincar, salas de aula confortáveis para estudar, é um sonho distante. O que se revela é uma rotina desumanizada, na qual os processos sociais, os processos particulares e a subjetividade destes sujeitos ao emergirem no contexto escolar ganham um caráter punitivo ou então, tratadas apenas no senso comum muitas vezes pela falta de preparo da comunidade escolar que não se apropria dessas expressões da Questão Social que emergem e se reproduzem na escola.

O olhar atento do profissional de Serviço Social traduz essa realidade e desvenda esses processos, a sua atuação no cotidiano escolar é imprescindível, enquanto profissional que tem como especificidade dar visibilidade as expressões da Questão Social no cotidiano dos sujeitos. Então, porque o Serviço Social não ocupa este espaço? Pensar em mudança em meio a uma rotina já banalizada pelo contexto de violência e falta de limites, muitas vezes causa medo e insegurança. Afinal o que é mesmo que o assistente social faz? Para que ele existe? São questionamentos feitos a este profissional todos os dias, cabe no entanto ao assistente social mostrar a que veio, mas para isso é necessário deixar a “mudança” acontecer! O assistente social é o profissional que lida diretamente com a Questão Social e suas expressões, tem no seu Projeto Ético-Político a orientação social da profissão, que se constitui na garantia intransigente de direitos humanos e a busca por uma sociedade justa e igualitária. Logo, é necessário que a escola possibilite que os profissionais assistentes sociais construam seus espaços, construam vínculos, dialoguem com os alunos das escolas e com os funcionários. Não importa se estão numa sala ou se estão no pátio embaixo de uma árvore. Os assistentes sociais desta forma irão concretizando seus processos de trabalho para intervir em meio a realidade que se apresenta. Para tanto é preciso que os assistentes sociais se disponham a assumirem seu lugar para deixarem de serem vistos como “profissionais inodoros e insípidos” e busquem tomar seu lugar entre os profissionais, a partir de uma identidade consolidada pela apropriação dos Fundamentos de sua profissão, em espaços em que muitas vezes eles assumem a identidade atribuída deixando de lado sua real importância ao abdicar da luta na conquista de espaços de resistência para ocupar o seu lugar de direito. Os assistentes sociais ao consolidarem sua identidade se constituem nos profissionais que vão possibilitar a reflexão e a superação de situações de violência explicitadas pela negação dos direitos mais fundamentais, em espaços, por exemplo, escolares, permeado por dúvidas, medos e ansiedades.

Assistente Social Gisele Cristina Corrêa

terça-feira, 9 de junho de 2009

SERVIÇO SOCIAL E PRÁTICAS TERAPÊUTICAS: UMA INOVAÇÃO?

Chegou às minhas mãos a argumentação do CFESS, o Parecer Jurídico e a contestação da “Comissão Pró Especialização para o Atendimento Familiar e Comunitário” sobre Práticas Terapêuticas. Defesa e contestação girando sobre o direito da autonomia do profissional de buscar ferramentas diferenciadas a partir de diversos campos do saber para atuar como assistente social. Diante de tais fatos que instituíram o debate na categoria, gostaria a partir do conteúdo de tais documentos de iniciar minha reflexão sobre tais posicionamentos.

Antes de mais nada, é necessário trazer telegraficamente um pouco da história do Serviço Social, a partir do momento em que este se constituiu através do referencial estadunidense, em que o Serviço Social Clínico se explicitou primeiramente por Mary Richmond na busca pelo cientificismo, que indicava que o Serviço Social tinha como campo de ação o indivíduo e o seu meio social, demarcando com propriedade na época, o objeto da ação do Serviço Social. Ao mesmo tempo, Richmond, ao ponderar que o Serviço Social na época destinava-se a ser também “um auxiliar nos setores da medicina, da pedagogia, da jurisprudência e da indústria”, demarcou o Serviço Social como uma nova profissão, mas ao mesmo tempo deixou um legado difícil de se desvincular, porque surgiu como uma profissão para complementar as outras, trazendo então em sua essência a marca da subalternidade - uma marca que vem nos acompanhando ao longo de nossa história.

Logo, o momento histórico brasileiro por volta de 1940 foi propício para a aproximação dos Estados Unidos com a América Latina, mais especificamente o Brasil. E, em relação à formação intelectual, oportunizou bolsas de estudos oferecidas pela Fundação Ford, e os assistentes sociais bolsistas da época trouxeram para o contexto profissional a influência do positivismo, que forneceu uma estrutura conceitual para observar e interpretar o homem na sociedade brasileira. Dessa forma foram instituídas no país duas vertentes: a Escola Diagnóstica e a Escola Funcional. Após, surgiu a Escola Eclética (BECKER, 1967). Essas Escolas, mundialmente, já haviam sido originadas a partir da 1ª Guerra Mundial (1914-1918), no grande avanço ocorrido com os conhecimentos psicológicos e pelo impacto da psicanálise freudiana, que influenciaram o Serviço Social, mais especificamente o “método do Serviço Social de Casos”. São formas de compreender o sujeito individual que advinham da psicologia da doença mental (Escola Diagnóstica) e da psicologia do crescimento (Escola Funcional). Do contato, então, com essas concepções e da assimilação de partes diferentes do pensamento de Mary Richmond, nasceram dois métodos de atuação diferenciados, que vieram a ser conhecidos pelos nomes de Passividade Dinâmica (Escola Diagnóstica) e Terapêutica da Relação (Escola Funcional).

A Passividade Dinâmica foi o termo mais utilizado para designar o método seguido pelos assistentes sociais que tentaram uma forma de ajuda próxima da que usavam os psicanalistas freudianos. Fundamentalmente, procurava-se ouvir a pessoa de uma forma passiva e acolhedora, estimulando a expressão de sentimentos da sua parte, compreendendo, ainda, a experiência passada do cliente e aproveitar o valor terapêutico da transferência e da contra-transferência (BECKER, 1967).

A Terapêutica da Relação era o termo usado, então, pelas assistentes sociais que seguiam a linha do pensamento de Otto Rank. O seu tipo de atuação não era radicalmente diferente dos que seguiam a metodologia anterior, quanto à intenção, mas afastava-se bastante em certos aspectos formais. Portanto, para esta Escola, era uma oportunidade para experienciar de forma mais completa – do que o habitualmente possível – a direção, a profundidade e a ambivalência dos impulsos que relacionavam uma pessoa com a outra e com a realidade exterior e para descobrir a possibilidade da sua organização em um outro “querer” autônomo e criador (BECKER, 1967).

Os pontos de divergência de ambas as Escolas se localizavam, portanto, entre o tratamento, a ajuda e o papel da agência/instituição no processo de Serviço Social.

Uma terceira vertente, então, buscou a integração das duas Escolas, dando origem a uma perspectiva eclética na condução da ação profissional do assistente social. Esta priorizava a atenção no cliente, como na Escola Diagnóstica; no serviço, como na Escola Funcional; mas também na interação dinâmica do cliente para a maneira como se relacionavam entre si, considerando-se ambos os aspectos de diagnóstico e funcional da situação.

Apesar dessas vertentes apresentarem formas diferenciadas de compreender a situação a ser avaliada, todas se pautavam numa perspectiva de causa e efeito para explicar a desigualdade social vista a partir do desajustamento social que emergia na vida dos indivíduos, sujeitos da ação profissional do assistente social.

Logo, no transcorrer da história de nossa profissão, vínhamos nos debatendo com diferentes objetos. Ora, era o homem e seus problemas, ou o homem, ou os problemas sociais ou então, a resolução de problemas, dentre outros. Autores como Gordon Hamilton, Helen Perlman, Harriet Bartlet e Florence Hollis, dentre tantos outros, trouxeram para o contexto brasileiro, o ecletismo, a teoria sistêmica e a psicanalítica para dar sustentação ao objeto do Serviço Social que emergia com mais intensidade em determinado momento histórico. Basicamente então, o Serviço Social Clínico passou a se sustentar nas duas Escolas, a Funcional e a Diagnóstica, já, anteriormente referido.

Por que então ir nesta parte da história para iniciar um debate sobre práticas terapêuticas?

Porque a partir das argumentações de autonomia, vamos propiciar a negação da profissão, de seu Projeto Ético-Político e de seu objeto: Questão Social. E vamos validar o Serviço Social tradicional cujo eixo teórico legitimava a leitura dos fenômenos sociais que emergiam na vida dos sujeitos, a partir da patologia, da doença. A própria palavra “terapêutica” no seu sentido semântico a concebe como “parte da medicina que estuda e põe em prática os meios adequados para aliviar ou curar os doentes; terapia” (FERREIRA, 2007, p.772). Em conseqüência, uma intervenção de ajustamento social, de culpabilização e de complementaridade de outras profissões.

A pergunta então que fica: por que retroceder se podemos avançar?

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Continuidade do Curso de Perícia Social em Tapera/RS

Seguem abaixo foto da turma do Curso de Perícia Social, ministrado pela Profª A.S. Maria da Graça Türck, no município de Tapera/RS e imagens da segunda aula do curso, realizada no dia 23/05/2009.


Palestra em Santa Rosa/RS

Estas imagens são da noite de 21/05/2009, quando a A.S. Maria da Graça Türck proferiu a palestra "Família e Serviço Social: Possibilidades de Intervenção no Século XXI", por ocasião do "II Simpósio Questão Social em Evidência" da Faculdade de Serviço Social da FEMA, em Santa Rosa/RS.



Encontro com Assistentes Sociais em Santa Rosa/RS

A convite do Núcleo de Assistentes Sociais de Santa Rosa, no dia 21/05/2009, a A.S. Maria da Graça Türck participou do encontro dos profissionais da região com o tema "Intervenção e as Relações Profissionais", no qual estiveram presentes 22 assistentes sociais. Seguem abaixo imagens do encontro.



Evento do Dia do Assistente Social no Grupo Hospitalar Conceição

Em comemoração ao Dia do Assistente Social - 15 de maio - , o Grupo Hospitalar Conceição realizou o Seminário “Violência e Drogadição: Desafios do Serviço Social no Cotidiano”, no auditório do Hospital Cristo Redentor, no dia 18 de maio. A A.S. Maria da Graça Türck participou do seminário proferindo a palestra "Violência e o Manejo Desta em Diferentes Espaços Profissionais".

Eventos em Erechim/RS

No último dia 13 de maio, a A.S. Maria da Graça Türck participou de dois eventos em Erechim. O primeiro, pela manhã, organizado pelo NUCRESS do Alto Uruguai, reuniu profissionais da área de Serviço Social, da Psicologia, estagiários, Secretário de Assistência Social de Erechim, Juíza e Promotora da Infância e da Juventude, bem como profissionais executores das Medidas Sócio-educativas em Meio Aberto, onde palestrou sobre o tema "Medidas Sócio-educativas em Meio Aberto: Prestação de Serviços à Comunidade e Liberdade Assistida". À tarde, em encontro organizado pelo Conselho da Comunidade para os agentes penitenciários da região do Alto Uruguai, palestrou sobre o tema "A Humanização e o Sistema Penitenciário".

terça-feira, 2 de junho de 2009

PRBS espetaculariza o que não devia - está passando dos limites aceitáveis...



Passem os olhos por algumas das imagens da campanha contra o crack agora levantada pelo PRBS. Percebam algumas das montagens que serviriam para representar o viciado. É, por vezes, constrangedor...
Uma campanha que se mostra tão maquiada quanto a modelo do anúncio - sim, campanha como anúncio publicitário. Porque não se está falando de jeans descolados de alguma grande marca, ou a nova coleção outono/inverno de alguma loja nova do Barra Shopping. Se está falando de crack, de droga pesada, de fedor.
E este fedor não usa sombra para delinear os olhos como se fosse tendência comportamental da juventude urbana. Este fedor não é branco. É negro, é sujo.
Ele não está na bonitinha tatuada, mas está na menina negra, portadora do HIV, tuberculosa, dormindo no banco, respirando difícil, com um olho entreaberto, morta-viva.
E fede demais. É um cheiro que entranha no corpo, que se espalha como uma nuvem, como fumaça saindo de vidas despedaçadas, pouco a pouco, clamando pela morte.
Não há nada de bonito no crack, não há nada que possa sequer se parecer com um anúncio de moda. Não há nada de classe média no crack...
O maniqueísmo dessa campanha é tão aberrante que enoja mais do que a própria droga em si. Esta é uma epidemia que vem se alastrando há tempos pela cidade de Porto Alegre, mas que aparece, agora, como novidade, enfeitando as páginas da ZMentira e do ClicPRBS, alavancando um sentimento de responsabilidade social naquela que é a empresa que procura ditar os comportamentos da maioria da população gaúcha, maquiando - como maquiou os seus modelos - uma intenção de auxiliar a quem precisa.
Será por que o crack está chegando nas coberturas dos bairros nobres? Será por que pulou os muros dos casarões?
Qual será a fórmula mágica que sairá estampada em camisetas limpas, branquinhas, posadas nos articulistas da grande mãe da mídia gaúcha? Como as famílias devem se portar diante deste problema? "Meu filho conseguirá ler?" - o que comprar, o que vestir, o que dizer em uma entrevista de emprego, para que time torcer, em quem votar, quem é o culpado... Eles dão respostas para tudo. E agora? Qual o final disso?
No final, tudo será varrido para baixo dos tapetes da rua, e quem sofrerá com a continuidade dessa epidemia será o espaço público, sem importância, das praças escuras e viadutos das vias mais movimentadas.
E, então, o PRBS achará outra campanha para fazer, outro mote para soltar todo o seu preconceito de classe, que se apresentará triunfalmente nos seus canais, bradado por algum de seus apresentadores almofadinhas, que questionará: "Quando as ruas de Porto Alegre voltarão a ser dos seus cidadãos?".
E reiniciaremos todo um ciclo, reiniciaremos como se as mentes fossem reformatadas, usando o vício do crack como desculpa para limpar a cidade de seres imundos, sujos e ameaçadores.
"Queremos nossas ruas de volta!" - alguém gritará do auditório milimetricamente montado. Algum funcionário da segurança pública do estado concordará e dirá que é complicado, que essas pessoas trazem insegurança e que a polícia prende, mas logo eles já estão lá, na rua, de novo, amedrontando os pobres cidadãos de bem da Porto outrora Alegre...
E reiniciaremos o ciclo tudo de novo, mais uma vez, de um novo jeito, mas com o velho resultado: o fedor, o fétido cheiro da exclusão, podre, doente, triste.
Algum time será campeão de algum campeonato, alguma empresa trará investimentos para a cidade, haverá um novo megaempreendimento imobiliário na cidade, os shoppings se expandem, algum gaúcho ganha prêmio no exterior, os clubes lutam por seus atletas olímpicos, a Copa está chegando... E a menina aquela agonizando.
E tudo será esquecido, ficará restando apenas o cheiro, aquele fedor horrível...

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Essa menina que menciono tem nome, mas eu não vou revelar, eu a conheço, a encontro seguidamente, seja pelas ruas da cidade, seja nos projetos que montamos. É real, nua, crua. É mãe. Várias vezes. Ela fala, tem opinião e é forte, muito mais do que podemos sequer imaginar.

*Texto de Gustavo Türck, do blog Alma da Geral

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O Ponto de Cultura começa a tomar forma

saiba sobre o projeto Ventre Livre.



Na quinta-feira, dia 28 de maio, estivemos na casa onde vai ser a sede do Ponto de Cultura Ventre Livre começando os trabalhos de constituição do espaço físico do projeto. Tem bastante trabalho pela frente incluindo reformas e limpezas, mas devagar tudo o que foi planejado no papel começa a tomar forma.



Temos a consciência - e alguma experiência - que o trabalho comunitário, principalmente quando não somos moradores da região, é demorado e que a confiança das pessoas precisa ser conquistada através do trabalho. Muito justo.



Na Vila Jardim especificamente esse primeiro contato com a comunidade está acontecendo via Posto de Saúde Divina Providência, parceira do projeto. A participação de pessoas como a Vera, Genilda, Rose, Sílvia, Eduardo, Rosmere, Iara, estão sendo fundamentais.


Primeiras conversas


A partir das reuniões iniciais pudemos conhecer a Escola Crianças do Futuro surgida da associação de alguns moradores que constituiram um espaço de educação que oferece à comunidade jardim de infância, cursos de artesanato, administração e culinária. É um lugar muito especial, construído com muito carinho. Pela conversa que tivemos com a coordenadora da Escolinha, a Vani, deu pra senti que iremos fazer um intercâmbio muito rico.


Conhecemos, também, a gráfica do Roberto e tivemos a oportunidade de encomendar uma faixa provisória para identificar o Ponto. Desde contato percebemos que a demanda gráfica é um dos serviços que poderemos contar dentro do bairro incentivando, assim, a economia local.


Do trabaho de seleção do Agente Cultural e da limpeza da casa conseguimos faz a aproximação com as pessoas da vizinhança. A Iara (agente de saúde) conseguiu a água pro chimarrão e articulou com a Andréia e a Zefa algumas cadeiras. A Crescer, escola particular de ensino fundamental que fica localizada em frente à casa, emprestou uma mesa. O Ibanês - morador da Vila há 60 anos - trouxe a sua filha para a escolha do Agente Cultural de Saúde, declamou um poema gauchesco e se colocou à disposição. O Quincas, serralheiro, nos emprestou ferramentas e fez um orçamento para o portão da casa e o Ademir, após uma bela prosa, se colocou à disposição para qualquer coisa. Essas iniciativas nos confirmaram que a rua é um espaço fundamental de convivência, incentivando os valores humanos da vida em comunidade.



Expectativas




O próximo passo será a reforma da casa que necessita um novo forro, piso, pintura, instalação elétrica e a construção de 1 laboratório fotográfico. A Engenheira Civil Patrícia Fenocchio, o Engenheiro Eletricista Marco de Oliveira, a estagiária de Arquitetura Mariana Brandelli e o administrador Carlos Gama visitaram a casa e voluntariamente desenharam a planta das novas instalações e levantaram os materiais necessários para conseguirmos apoio junto à lojas de tintas, construção....Além disso, precisamos mobilizar voluntários para a mão-de-obra. Tudo dando certo a previsão é que em 2 meses a casa deva estar operacional.


Por enquanto era isso, seguimos trabalhando, logo teremos mais novidades.