sexta-feira, 28 de julho de 2006

Filmografia Social

Hoje, a indicação é o filme Mistérios da Carne. Um retrato fiel de um dos maiores problemas que crianças e adolescentes têm efrentado hoje em dia: a pedofilia. Mas o filme não é só isso. Com uma temática forte, aborda também a relação nas famílias destas crianças e como passado vários anos eles efrentam uma nova realidade.


Mistérios da Carne é mais um filme que você encontra no Centro de Entretenimento E o Vídeo Levou.

Acesse pelo menu
e veja a resenha do filme!

Espaços de Resistência


Clique no link ESPAÇOS DE RESISTÊNCIA no menu para saber mais sobre o Independize oseu Pensamento!



quinta-feira, 27 de julho de 2006

Entrevistas

Foto e entrevista: André de Oliveira


Tu podes ler na seção ENTREVISTA a conversa com Prego, artista do Rap e Hip Hop do bairro Bom Jesus.

Acesse pelo menu e leia a entrevista!

Bibliografia Social

Tem mais duas dicas de livros na seção BIBLIOGRAFIA SOCIAL. São as obras "A Fome - Crise ou Escândalo?" e "O Significado $ecreto do Dinheiro - ...e como ele atua nas famílias despertando amor, inveja, compaixão e raiva".

Acesse pelo menu e confira a sinopse e outras informações.

Saiu Por Aí

Acrescentamos na seção SAIU POR AÍ uma seqüência de ilustrações e charges de humor inteligente em powerpoint.

Acesse pelo menu e confira!

terça-feira, 25 de julho de 2006

ESCUTE!!!

Escute este choro silencioso que só eu escuto, porque ele nasce de dentro de mim.

Onde ir quando se olha ao redor e o cotidiano está cada vez mais denso, mais pesado?

Quando a esperança de um mundo melhor está cada vez mais distante?

Quando as esperanças pela justiça social vão por terra, após anos de luta?

Onde encontrar forças para continuar na luta, quando ao nosso redor tudo grita pelo consumo, pelo reducionismo, pelo esquecimento, pela negação de responsabilidades na violação de direitos?

- Eu não agüento mais...

Eu não agüento mais olhar para aquele adolescente na esquina que implora por comida a transeuntes indiferentes.

Eu não agüento mais ter que esperar que um banco estatal, que perdeu na justiça um processo trabalhista, não pague o que deve, levando ao desespero seu ex-funcionário que está perdendo tudo, porque não pode utilizar o dinheiro que é seu e que se encontra em depósito judicial.

Eu não agüento mais, porque quem tem seus direitos negados, não encontra voz e vez para garantí-los.

Eu não agüento mais ouvir o pensamento hegemônico circulando livremente por uma mídia comprometida e manipuladora.

Eu não agüento mais ouvir mentiras oficiais, oficiosas e cotidianas.

Eu não agüento mais a argumentação costumeira para manter privilégios e negar direitos.

Eu não agüento mais a desinformação, a falta de solidariedade, a falta de respeito.

Eu não agüento mais o desrespeito à Constituição Brasileira.

Eu não agüento mais saber que a educação virou mercadoria.

Eu não agüento mais tantas crianças na rua, tanta exploração sexual infanto-juvenil.

Eu não agüento mais saber que “um novo mundo é possível” e a todo instante me confrontar com as barreiras sociais, econômicas e políticas para destruí-lo.

Eu não agüento mais a dor de quem tem fome de justiça.

Eu não agüento mais a vaidade nas relações.

Eu não agüento mais o silêncio frente às injustiças.

Eu não agüento mais as drogas lícitas e ilícitas que amordaçam a rebeldia da juventude.

Eu não agüento mais o preconceito.

Eu não agüento mais o massacre de inocentes em guerras fratricidas justificadas pela ganância de poder.

Eu não agüento mais a destruição das florestas, a morte dos pássaros, o desrespeito à natureza.

Eu não agüento mais a ambição desmedida dos homens que pouco a pouco vão destruindo a sua própria humanidade.

Eu não agüento mais a minha consciência que me fez ver este mundo invisível e me deu a dimensão exata do significado da Questão Social!

Por qual caminho devo seguir?

Transformar esta angústia infinita em raiva incontrolável e sair aos quatro cantos numa batalha solitária de denúncias?

Ou parar e escutar o mundo invisível?

Escutar o choro da desesperança e não se imobilizar, porque, junto ao choro, posso agregar a esperança e a luta por mudanças cotidianas.

Escutar e olhar, para me dar conta do significado que é poder contribuir, ensinando quem não sabe ler a descobrir um novo mundo em que as letras articuladas lhe darão dignidade e sentido para a luta.

Olhar e se comprometer é transitar junto aos amortecidos pelo álcool e pelas drogas, trazendo para o debate que a luta pela dignidade e por um mundo melhor se faz pelo movimento e não por uma retórica passiva de quem se tornou um espectador da própria vida por não ter tido a coragem de lidar com suas próprias limitações e seguir adiante.

Logo, é se apropriar de que escutar é olhar, olhar é se comprometer e se comprometer é seguir na luta, mesmo que não se agüente mais...
100% Maria da Graça Maurer Gomes Türck

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Artigos Diversos

Artigo retirado da Agência Carta Maior, feito pelo jornalista Marco Aurélio Weissheimer (autor do blog RS Urgente, indicado aqui para acesso diário), acerca do terrorismo de Estado praticado por Israel no Líbano:

Direito de defesa?

Defensores dos ataques de Israel no Líbano reivindicam direito de defesa do país contra agressões de grupos terroristas. Mortes de civis, incluindo crianças, seriam um preço a pagar. Além do problema moral, esse argumento apresenta fragilidades factuais e políticas.

Acesse pelo menu e leia!

Filmografia Social

Todas as quintas-feiras, contando agora com o apoio do Centro de Entretenimento E o Vídeo Levou, se estará apresentando uma nova sugestão de filme que tenha a temática relacionada com Questão Social.



Nesta semana, sugere-se o filme O Mundo de Leland. Uma obra que constrói o retrato do abandono de maneira muito sensível através da vida de um garoto de 15 anos.

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e veja a resenha do filme!

terça-feira, 18 de julho de 2006

Bibliografia Social

Acesse a seção Bibliografia Social pelo menu ao lado e confira mais duas indicações de livros: Ética, um discurso ou uma prática social?; e Adolescência: pelos caminhos da violência.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO E A DENÚNCIA: GARANTIR DIREITOS DE QUEM?

Na emergência de um hospital qualquer, em uma cidade qualquer, em um estado brasileiro qualquer, em uma noite fria de inverno, em um ano qualquer, como acontece todas as noites, um morador de rua chega para ser atendido.

Em sua aparência, em sua dor, em sua saúde debilitada, se apresenta toda a crueza explicitada pelo aparente. É atirado em uma maca, ao descaso, esperando por um atendimento que nunca chega. É um morador de rua...

Suas condições de vida são precárias e seu estado de saúde mais ainda. Agoniza na maca – o morador de rua!

Um médico qualquer, destes que ignora o seu juramento profissional* – (...) “Aplicarei os regimes para o bem do doente, segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”, se nega a atendê-lo: “Não vou ver este fedorento!”, diz.

Nesta recusa de atendimento a alguém que traz em sua vida todas as expressões da Questão Social, está posta a luta de classes de uma sociedade capitalista terceiro-mundista, representada ali pelo “homem de branco”, que exerce o poder de vida ou de morte, já que tem a qualificação técnica para salvar uma vida.

O pensamento hegemônico da classe dominante utiliza-se da infra-estrutura e da superestrutura para manter-se, utilizando como instrumento principal este próprio “homem de branco”, que ignora o seu juramento.

Mas e quem liga para um morador de rua?! Sempre está bêbado. Não tem família. Mora na rua. E incomoda...

“Não vou atender este fedorento!” – é uma frase constantemente repetida em relação a este que também tem direito ao atendimento médico, em um hospital qualquer, com uma emergência qualquer. De tão repetida, se banaliza. A escuta se torna inútil, a boca se cala, e a indiferença se institui em um espaço que deve priorizar o atendimento integral à saúde. À saúde de qualquer um.

“Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se, aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, 1988, p.223).

Para quem este artigo garante direitos?! Com certeza, não para este morador de rua, que agoniza esperando atendimento em um hospital qualquer...

Mesmo assim, um “homem de branco” qualquer, que não respeita as premissas de sua profissão, não está sozinho no exercício de salvar vidas. E onde estão os outros? São tantas as categorias profissionais necessárias para se fazer uma emergência funcionar...

Pode-se afirmar, então, que a resignação, em um hospital qualquer, na aceitação do descaso em relação ao morador de rua que agoniza, sem se ir contra esta situação, explicita, sim, uma expressão da Questão Social. O controle social foi transformado por um grupo de profissionais pela subjetivação – campo de valores –, que vem diretamente do mecanismo ideológico que compõe a superestrutura, e pela objetivação – as relações sociais determinadas pelo modo de produção capitalista.

“A resignação é um dos mecanismos mais eficientes de controle social porque se estabelece no interior, na subjetividade do próprio sujeito social, seja ele indivíduo ou classe social. Se aceita a ordem social, suas leis, seus mecanismos, seus horizontes, como algo inevitável e que não tem como nem por que sofrer mudanças. Se existe miséria é porque assim tem que ser, é parte do destino de cada um, é a vontade de Deus” (SOUZA, HERBERT, 2004, P.35).

Então, em um hospital qualquer, as regras postas para o atendimento foram determinadas pela idéia de não se atender ao “fedorento”, contrariando-se, assim, um juramento que – este, sim – não é qualquer: “(...) se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar, ou infringir, que o contrário aconteça”*.

Em um corredor qualquer, morre alguém após horas agonizando. Seu pecado mortal: ser morador de rua e estar fedendo por falta de banho.

Ledo engano. Ele morreu porque faz parte de uma camada da população que carrega consigo a desigualdade social. São coisas que se explicitam nas relações sociais, na reificação, fetichização, mais valia, alienação e na luta de classes, que permanentemente se fazem presentes no cotidiano dos sujeitos, mantendo, assim, as relações de violência e de violação de direitos.

E aqueles dentre os “homens de branco”, que respeitam o seu “Juramento de Hipócrates”, ou dentre as outras categorias de profissionais, por que não ajudam?

Será que ignoram que, na existência de um pensamento hegemônico, é necessário o seu contraponto? Que um pensamento contra-hegemônico poderia, sim, ocupar alguns espaços de resistência em um hospital qualquer? Será que eles desconhecem que, na própria negação, está posta a confirmação de seu contrário? E que a negação de atendimento a este morador de rua fedorento e doente é uma violação constitucional?

As coisas poderiam acontecer de maneira diferente nestes hospitais quaisquer. A resignação bem que poderia se transformar em resistência. A violação, em garantia de direitos. Dessa forma, com certeza, as noites anoiteceriam de maneira bem diferente naquela cidade qualquer. Para quaisquer que fossem os profissionais, mas, principalmente, para aqueles fedorentos e maltrapilhos seres humanos. Aliás, para estes basta apenas um bom banho e uma roupa limpa.

Já para os outros...
Maria da Graça Maurer Gomes Türck


*Juramento de Hipócrates, acessado em GINECO.com.br, em 16.07.2006, às 18:30.

Luta de Classes

Bastilha x Carandiru

O que a Revolução Francesa tem a ver com o que se passa em São Paulo? Leia este artigo retirado do blog Diário Gauche (http://diariogauche.zip.net) e escrito por Cristóvão Feil. Acesse a seção ARTIGOS DIVERSOS pelo menu e confira uma análise bem interessante sobre mais esta expressão da Questão Social na sociedade brasileira.

Este é um dos blogs indicados para acesso diário por este site/blog. Você encontra o link ali ao lado ou na sessão Espaços de Resistência.

Acesse TODOS os dias!

Saiu por Aí

Foi postada na seção SAIU POR AÍ deste blog/site uma mensagem de Bono Vox, vocalista da banda U2, para os Estados Unidos e para todos aqueles que assistiram ao seu show ao vivo, ou pela HBO (canal estadunidense retransmitido, no Brasil, pela NET/SKY e Directv). Acesse pelo menu ao lado e assista!

sexta-feira, 7 de julho de 2006

PROCESSOS SOCIAIS E EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL: UM DESAFIO NO COTIDIANO DOS ASSISTENTES SOCIAIS

A Violência contra o idoso é uma expressão da Questão Social.

Ao nos determos sobre a violência contra esta faixa da população, vamos detalhadamente identificando os Processos Sociais que estão imbricados nesta expressão: preconceito, isolamento social, abandono, violência física e aposentadoria indigna. Ao mesmo tempo, se tem também os movimentos dos idosos na garantia de seus direitos, que redundaram, por exemplo, no Estatuto do Idoso, a partir da Política Nacional do Idoso – Lei nº 8.842 de 4 de janeiro de 1994.

Logo, ter nesse contexto a Questão Social como objeto do Serviço Social é também se apropriar dos espaços de resistência para se fazer frente, de forma competente, à violação de direitos. Para o Assistente Social, o desafio no exercício de sua profissão é trazer a articulação do cotidiano com os Processos Sociais, entendidos como um espaço de tensão entre o capital e o trabalho, e se apropriar da contradição posta nesta relação. É a partir daí que o Projeto Ético-Político dá o direcionamento para que a profissão não se exima de ter uma posição.

Como, então, ter este entendimento amplo, a partir do Método Dialético Materialista, e trabalhá-lo no “miúdo”? No cotidiano?

A Questão Social chega para nós profissionais na figura de um usuário, neste caso, o idoso, trazendo em sua fala seu sofrimento: “meu filho bate em mim todos os dias!”. Esta fala está carregada por processos que foram moldando sua subjetividade, através da subjetivação/objetivação, e delineando seus espaços relacionais de violência.

Ignorar que o Processo de Trabalho do Assistente Social se inicia por um sujeito e pelo seu sofrimento, é negar este indivíduo singular. E não vê-lo inserido em uma sociedade capitalista, em que as relações sociais se articulam a partir da reificação, fetichização, mais-valia, alienação e da luta de classes, é reduzir a desigualdade social a um mero “problema Social” de responsabilidade individual e obscura.

Mas é neste movimento dialético de apropriação de um contexto social amplo, a partir da leitura de um fenômeno através das categorias de historicidade, totalidade e contradição, que o Processo de Trabalho do Assistente Social vai garantindo direitos a um sujeito singular, sim, cujo sofrimento vai explicitando a Questão Social em toda a sua trajetória de vida.

Maria da Graça Maurer Gomes Türck