sexta-feira, 27 de junho de 2008

CURSO A DISTÂNCIA: UMA REALIDADE A SER ENFRENTADA E QUE DESAFIA O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL

Em três momentos neste semestre de 2008, fui questionada por alunos de cursos de Serviço Social à distância: no Rio Grande do Sul, em Maceió e no Paraná.

A pergunta que não quer calar: “Graça, tu és contra ou a favor do curso à distância?". A pergunta me confrontou com a contradição posta no Projeto Ético-Político, no mercado e nos alunos, vistos como consumidores.

Respirei fundo e respondi: se estivéssemos diante de uma discussão nacional em que a categoria estaria decidindo pela implantação ou não de cursos à distância, minha resposta seria contra. E esta resposta estaria sedimentada pela necessidade da apropriação de uma realidade concreta pelos futuros assistentes sociais, articulada com os fundamentos do Serviço Social. Uma profissão de caráter interventivo não pode prescindir de pensar a realidade, inicialmente, através do concreto.

E a partir desta resposta foi travado um diálogo com estes atores/estudantes, através das três categorias a seguir:

1. REALIDADE POSTA: a realidade esta aí, os cursos existem, logo, diante deste fato, é necessário se criar um controle em relação à qualidade.

Tive acesso ao conteúdo dos módulos/cadernos em que alguns destes alunos estudam e me lembrei muito dos “cadernos dos cursinhos pré-vestibulares”. Fiquei me questionando: como um assistente social pode ser formado mediante cadernos que contemplam "resumãos" de autores importantes para a formação de assistentes sociais?

Como garantir a ida às fontes em relação aos autores, cujos conteúdos foram resumidos e contemplados nestes “cadernões”? Como trabalhar a apropriação das fontes teóricas com a realidade concreta? Como a qualidade dos conteúdos e conseqüentemente da formação articulada com os fundamentos do Serviço Social deve ser garantida?

2. PRECONCEITO: ao serem operacionalizados os cursos de Serviço Social à distância, os alunos em busca de seus sonhos se confrontaram com uma realidade inesperada – a discriminação. A seguir explicitada:

“Graça, fomos procurar uma assistente social e esta não nos recebeu porque somos alunos do curso de Serviço Social à distância. Que devemos fazer?”

A aluna, ao trazer esta realidade, chorava. E eu me perguntei: como um assistente social que tem no Projeto Ético-Político a orientação social da profissão, pode se dar ao direito de discriminar um aluno do curso de Serviço Social à distância?

Não é esta a melhor maneira de enfrentar esta realidade que está posta. Em um primeiro momento devemos assegurar o controle na qualificação do conteúdo e de sua aplicabilidade.

Não é hora de dividir, mas de se somar esforços para superar a mercantilização postas nos cursos de Serviço Social e o descompromisso com o Projeto Ético-Político, que começa a se delinear no horizonte profissional.

3. COMPROMISSO: como ser professor do curso de Serviço Social, transferindo a responsabilidade de ensinagem para a terceirização?

De outro aluno: “eu iniciei o curso de Serviço Social à distância. Estou achando muito pouco tempo disponibilizado nos encontros presenciais: 3 horas e meia. O monitor/assistente social chega em sala de aula, liga um TV de 29 polegadas, distribui um CD para cada aluno e coloca um no DVD. Na 'telinha', o professor responsável pela disciplina vai expondo o conteúdo. Após a apresentação, fizemos uma discussão a respeito do assunto explanado pela TV e o monitor/assistente social, que não é professor, refere que no próximo encontro trará as respostas aos questionamentos feitos em aula. Estou pensando se vou continuar...”

Na fala deste aluno se escancara com muita intensidade o descompromisso com a formação e a terceirização do ato de ensinagem. Qual é a diferença de um curso de Serviço Social à distância, com aqueles cursos de “ensino à distância”, disponibilizados nos canais de televisão?

Se o EAD veio para ficar é necessário uma tomada de decisão em relação ao que se está prenunciando na área de formação de profissionais assistentes sociais.

Urge uma discussão em relação aos prós e contras a esta nova sistemática de formação. Não se pode virar às costas a esta nova realidade. Não se pode discriminar profissionais formados por estes cursos. No entanto, é necessário assegurar a nível nacional qualidade e compromisso na formação de novos assistentes sociais a partir do Projeto Ético-Político profissional.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Maria Lúcia Martinelli

Prezados Colegas

Convidamos para um momento especial de reflexão sobre “Serviço Social e Identidade Profissional nos Cenários Contemporâneos”, que será realizado no dia 26 de junho de 2008, às 19h30min, no Auditório do Prédio 9 (Campus Central da PUCRS), quando teremos como palestrante a Profª. Dra. Maria Lúcia Martinelli, que, na ocasião, receberá o título Mérito Universitário e nossa homenagem afetuosa em reconhecimento a sua importante contribuição a essa Unidade de Ensino e à Profissão.

É com imensa satisfação que partilhamos este momento com as demais Unidades de Ensino, colegas e órgãos representativos da profissão, para isso, solicitamos ampla divulgação deste evento.

Contamos com a sua importante participação.

Atenciosamente,
Prof. Dra. Jussara Maria Rosa Mendes
Diretora da Faculdade de Serviço Social/PUCRS

quinta-feira, 12 de junho de 2008

EM TEMPOS DE BARBÁRIE, O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL


Hoje, em Porto Alegre, 12/06/2008, ao amanhecer o dia, a contradição se fez presente, iluminada pelos raios de sol, em um dia lindo de outono.

O dia está iluminado. No entanto, a névoa da barbárie instituída no Rio Grande do Sul, que vem aos poucos se consolidando pelos que vêm governando este estado, através de um projeto político de cunho neoliberal, se explicitou barbaramente através da repressão policialesca imposta pela mão-de-ferro de uma ditadura travestida pela falácia da democracia.

Como cidadã, gaúcha e assistente social, me sinto profundamente envergonhada e enojada com o contexto social gaúcho.

Me pergunto: como chegamos a isto?

Como permitimos que uma elite perversa, egoísta, excludente, que campeia neste estado e que vem se instituindo pela força, pela mentira, pelo desrespeito às diferenças, pela voracidade predatória, tira com tanta arrogância os direitos dos cidadãos gaúchos?

É nesta hora que o Projeto Ético-Político do Serviço Social se explicita pela necessidade de tomarmos posição frente a essa barbárie. Frente à articulação nojenta dos órgãos da “grande” imprensa, cujos “jornalistas”, dignos representantes da opressão, cotidianamente “vomitam” em seu próprio Código de Ética – se de fato este existe (sim, ele existe! Clique aqui). Onde a desfaçatez, a ignomínia, o mau-caratismo e a manipulação da informação se fazem presente no cotidiano.

Eu sou assistente social e tenho a obrigação ética de denunciar a violação de direitos, de denunciar a barbárie, de dizer chega!

A garantia de direitos se constrói no concreto, não no discurso. Se constrói no respeito à diversidade, no respeito às divergências, na consolidação de espaços de convivência democrática.

Chega de criminalizar os movimentos sociais, a pobreza. Chega de defender a opressão, a violência, a truculência. Chega de sufocar pelo cassetete a dignidade dos sujeitos. Chega de dar condições aos truculentos a oportunidade de divulgar suas análises pífias e mentirosas a respeito das legítimas reivindicações dos cidadãos gaúchos, cada vez mais espoliados de seus direitos – agora, no de ir e vir. Chega de rasgar a Constituição, tão duramente conquistada. Chega de nominar de baderneiros quem luta por direitos!

Neste momento que escrevo, minha indignação é tão intensa que nenhuma palavra poderia descrevê-la. No entanto, como assistente social, cidadã e gaúcha, só posso dizer que quem foi forjado na luta sabe como ocupar os espaços de resistência. E que quem aprendeu com a vida que a dignidade não tem preço entende que, contra a barbárie, estamos sempre prontos para a luta, na defesa “intransigente de direitos e pela busca de uma sociedade mais justa e igualitária”.

Por isso sou assistente social!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Congresso em Maceió

Serviço Social, Direito e Arquitetura concebem a interdisciplinaridade ao fomentar a interlocução entre Estado, Sociedade e cárcere para discutir a segurança pública - esta é a primeira frase da apresentação do congresso em que a Assistente Social Maria da Graça Türck esteve participando na última semana.

Houve a participação de movimentos sociais, profissionais de diferentes áreas, polícia civil e militar e estudantes. Congregou a discussão interdisciplinar a respeito da Segurança Pública, desde a proposta de uma nova estrutura de construção de presídios até a polêmica parceria público-privada na administração dos mesmos.

"Nesse congresso, ficou explicitada duas concepções: uma específicamente punitiva, em que o que se propõe a privilegiar são os gastos públicos para a manutenção do preso, sem referência da dimensão humana; a outra refere-se ao resgate da dignidade humana no trato ao preso, sem que isso interfira NO CUMPRIMENTO DA PENA E DA RESPONSABILIDADE do sujeito em relação ao seu ato. No mais, ficou consolidado que é necessário uma visão e trabalho interdisciplinar para pensar e planejar a segurança pública" - essas foram algumas das considerações da Assistente Social.

Clique nos links a seguir para baixar:
- folder do Congresso, lado 1
- folder do Congresso, lado 2
- Apresentação da Assistente Social no Congresso sobre Perícia Social

segunda-feira, 2 de junho de 2008

O Lugar do Método na Formação e na Intervenção Profissional em Serviço Social

No dia 30 de maio de 2008 a Assistente Social Maria da Graça Türck defendeu sua Tese de Doutorado recebendo a graduação máxima: 10.
Durante 3 horas cerca de 60 pessoas assistiram à apresentação e às análises da banca. Nos próximos dias postaremos vídeo e fotos da defesa.

Clique aqui para fazer o download da apresentação em PDF.