domingo, 24 de dezembro de 2006

O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO E O ANO DE 2007

Garantir direitos é, antes de tudo, dar condições ao direito de se existir com dignidade!

O ano que está indo deixa como compromisso aos assistentes sociais o desafio de consolidar a garantia de direitos.

Estamos terminando um ano em que o recrudescimento das forças conservadoras estão se consolidando e vagarosamente se instituindo na categoria dos assistentes sociais.

É necessário, neste ano de 2007, que todos - alunos e assistentes sociais - que atuam, quer no espaço acadêmico, quer nos ditos campos de prática, se apropriem, como expressou José Paulo Neto no X ENPESS, pela totalidade como pedra angular categorial para o Serviço Social.

Neto aponta que, se os assistentes sociais não se apropriarem de fato da Questão Social como seu objeto na prática, consolidarão a violação de direitos, pois ignorarão a fonte mantenedora da desigualdade social.

E, para tanto, é necessário ultrapassar as dificuldades teóricas, que muitos de nós vivenciamos, para aprofundarmos o conhecimento através do estudo permanente, que é uma das únicas maneiras de enfrentarmos uma sociedade que está se constituindo, no cenário atual, como avessa aos direitos.

Logo, o Projeto Ético-Político deve fazer parte do cotidiano profissional dos assistentes sociais, de sua ação profissional, deixando de ser somente seu discurso favorito.

Este, portanto, se constituí no nosso compromisso e no desafio que 2007 nos confronta.
Neste momento em que estamos em um processo de reflexão sobre o que foi 2006, desejamos a todos os companheiros nessa jornada, assistentes sociais e alunos de Serviço Social, um Natal em que possamos compartilhar e partilhar esperanças, força e determinação e um novo ano que consolide o nosso caminho para a garantia de direitos.

Até 2007!

sábado, 16 de dezembro de 2006

Capacitação de Redes Sociais

Neste dia 18 de dezembro a Professora e Assistente Social Maria da Graça Türck estará, em Três de Maio, ministrando uma Capacitação de Redes Sociais pela Secretaria de Assistência Social do Município. O evento é destinado a integrantes da Rede do local.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

REFLEXÕES SOBRE O X ENPESS - ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM SERVIÇO SOCIAL (2006.2)

Recife, bela capital de Pernambuco, que retrata com muita crueza a desigualdade social brasileira. Um povo cordato, trabalhador e explorado. É nessa cidade que os contrastes aparecem com intensidade. De um lado o mar, o sol, os banhistas, de outro, a areia – o trabalho informal, a exploração sexual infanto-juvenil e os estrangeiros, sedentos para comercializar o prazer...

A praia de Boa Viagem e os grandes arranha-céus que escancaram a voracidade da exploração imobiliária, em que grandes muros separam os ricos e os pobres, estes, os ricos, guardados a sete chaves pelos muros e pela segurança particular. O medo da violência que a concentração de renda e a desigualdade social criam permanentemente na sociedade brasileira.

População empobrecida e alcoolizada, entorpecida e explorada, este é o retrato do Brasil invisível que tão bem foi explicitado em Recife.

O X ENPESS, cuja temática – “Crise Contemporânea, Emancipação Política e Emancipação Humana” – articulou para a discussão a realidade vivida e as possibilidades de enfrentamento.

Três grandes conferencistas: Dr.José Paulo Neto (UFRJ), Dr.Marildo Menegat (UERJ) e Dra. Marilda Iamamoto (UFRJ), que nos levaram a refletir sobre este mundo real, tão perverso, que faz parte do cotidiano de todos os assistentes sociais.

Dr. José Paulo Neto trouxe para a reflexão a “Crise Contemporânea, Emancipação Política e Emancipação Humana”. Segundo ele, o Serviço Social não pode se render ao que está vindo como retrocesso. É necessário navegar contra a corrente. Esta corrente está centrada em três pilares:

1º - Polaridade mundial entre países ricos e pobres (1980), que vem aumentando desde a primeira década de 1970, pela polarização crescente entre os estados nacionais;

2º - Generalização da xenofobia e do racismo, com limites físicos entre a mobilidade das pessoas;

3º - Crise Ecológica, relacionada aos recursos naturais, principalmente, aos recursos hídricos.

Polemizou a discussão sobre a sociedade civil, a definindo como um espaço mercantil das relações. Um espaço do privatismo, em que é constituído o indivíduo possessivo.
Segundo ele, ao Serviço Social é imperativo o Código de Ética. É necessário ver o homem como ser genérico (Marx). Levantou a premissa que a emancipação humana é incompatível com a ordem do capital.

E que a pedra angular categorial para o Serviço Social é a totalidade.

E, em relação à pesquisa, Neto deu o recado: quem define a pesquisa é seu interlocutor teórico.

Já, na segunda Conferência, Dr. Marildo Menegat e Dra. Marilda Iamamoto trouxeram para a reflexão “A Conjuntura Brasileira, Lutas Sociais e Desafios do Serviço Social”.
Dr. Marildo iniciou as suas reflexões em tempo de barbárie a partir do esgotamento do modelo de exportação a partir de 1990 – em que o capitalismo iniciou uma nova fase – sua reestruturação, que, por sua vez, colocou limites intransponíveis, e foi chamado de globalização. Que este contexto traz três contra tendências:

1ª) Contra tendência – A revolução da microeletrônica, que trouxe a eliminação do trabalho humano, junto com o surgimento de novas matérias-primas oriundas da nafta (um produto do petróleo).

Logo, em seguida, vem a 3ª Revolução Tecnológica, pautada pela energia nuclear, que vai trazer uma mudança orgânica entre o capital variável (mais-valia, exploração) e o capital fixo (estrutural). O que se vê, é sempre uma renovação no processo de produção. Isto é, o que é liberado em um primeiro momento é absorvido no segundo momento.
Segundo Marildo, pela primeira vez na história do capitalismo temos o desemprego estrutural. O então chamado exército de reserva, hoje, é composto pelo o desemprego estrutural. Logo, este contexto aponta para uma crise do capital: em que a menor taxa de lucro depende da exclusão da força de trabalho.

2ª) Contra tendência – em que é possível explorar a força de trabalho profundamente, logo, a recriação do trabalho escravo para a supervalorização do capital.

3ª) Contra tendência – destruição do meio-ambiente para evitar a queda das taxas de juros.

Segundo Marildo, o mundo hoje é um grande mercado de produção de mercadorias. E o capitalismo encontra-se limitado dentro dele mesmo, pelo limite das taxas de juros, que já está posto, e pelo limite que encontra para sua expansão externa.

Segundo ele, a humanidade, se não se constituírem sujeitos sociais, para fazer frente a isto, estará fadada a desaparecer com o capitalismo.

Em relação a este movimento do capital, segundo Marildo, o Brasil passou a ter importância primária, pelo extravismo e pelo agronegócio, que encontra espaço pela desnacionalização de nossa economia e pela desestatização do estado brasileiro. Este quadro é difícil para o desenvolvimento econômico. Se tem aí, então, reflexos para um grande retrocesso.

Segundo o conferencista o Brasil é urbano e industrial e a tendência atual é de estreitar mais a relação entre o campo e a cidade. Logo, a sociedade que se desmorona, também vai se manter. É um tecido social em franca deterioração. Neste contexto a violência é endêmica e permanente. Segundo Marildo, temos duas décadas perdidas. Morrem jovens de 15 a 20 anos e quem morre, são os jovens negros.

A questão então, segundo ele, é, se este quadro permite uma grande saída. Respondeu trazendo que o caminho é pelos Movimentos Sociais. Exemplificou sua resposta através do Movimento dos Sem Terra (MST), que segundo ele, é um sintoma de que seus integrantes não aceitam a forma estrutural da sociedade. Logo, o MST é uma convulsão, é uma reação a tessitura da sociedade atual.

Segundo Marildo, o MST é uma organização da imensa massa de sobrantes, produto destas transformações. Seus integrantes são compostos pelos agricultores, pelos trabalhadores urbanos que voltam para o campo e, atualmente, mais uma segunda massa, composta pelos desempregados estruturais.

Segundo o conferencista, seu contraponto é realizado pela Revolução Verde que tem uma conexão visceral com o capital financeiro.

Já, Marilda Iamamoto, trouxe para a reflexão a necessidade dos assistentes sociais aprofundarem sua competência teórica para decifrar o capitalismo. É necessária, segundo ela, a apropriação da leitura crítica para fazer frente ao cenário atual, que é avesso aos direitos. Para tanto, é preciso realizar uma análise da profissão, e da relação entre as classes e o estado. É necessário avançarmos na crítica teórico-metodológica para dar um tratamento teórico a intervenção. Segundo Iamamoto, devemos reconhecer que o nosso Projeto é dotado de uma dimensão ético e política. Que permite aos homens reconhecer e superar os determinismos que o capital nos impõe. Que ele dá origem a novas formas de enfrentamento.

Em relação a pesquisa, Iamamoto trouxe que os desafios que esta realidade nos impõe é decifrar as novas formas da instituição do capital financeiro.

Tanto Neto, como Iamamoto sugeriram aos assistentes sociais o aprofundamento teórico para a garantia de direitos.

Logo, retomar o cenário social de Recife exposto no cotidiano de sua população é decifrar o monstro que aprisiona os brasileiros a um processo de violação de direitos para garantir a consolidação do capital financeiro.

domingo, 10 de dezembro de 2006

Saiu por Aí

Mais contribuição do boa noite pro porco. Acesse pelo menu o Saiu por Aí.

Paranóia

A edição dominical de hoje do Correio do Povo noticiou a apreensão, na madrugada de sábado, por parte de policiais militares e civis que integram uma Força-Tarefa do Ministério Público do RS, de 115 comprimidos de ecstasy, bem como a prisão de três jovens de classe média, dois dos quais estudantes universitários, com os quais foram apreendidos os referidos comprimidos, que seriam vendidos em uma festa rave no bairro Navegantes. Um dos distintos jovens ainda ofereceu aos policiais a módica quantia de R$7 mil para não ser preso.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Saiu por Aí

No blog boa noite pro porco saiu artigo sobre a banalização do sexo na exploração do tema pela RBS (afiliada da Rede Globo) promovendo o evento Planeta Atlântida. Leia a íntegra acessando pelo menu o Saiu por Aí.

Essência e aparência

É inadmissível que um evento lúdico que congrega adolescentes em fase de descoberta emocional e psicológica e que mal sabem lidar com sua sexualidade se transforme em uma ode à irresponsabilidade sexual. Crianças e adolescentes em sua maioria absolutamente não têm capacidade intelectual de lidar com mensagens maliciosas de sentido duplo.