terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A INFORMAÇÃO: UM DIREITO A SER CONSOLIDADO!!!

As tragédias climáticas que vêm assolando São Paulo e Rio de Janeiro desmascaram a informação a serviço da desinformação articulada com os interesses espúrios do capital. E ler esta realidade a partir do Método Dialético Materialista é uma obrigação de qualquer assistente social que tem como orientação social o Projeto Ético-Político da profissão.

É importante e fundamental porque direito se constrói e se consolida com a informação. E ela se constitui em uma estratégia fundamental para a democracia e a conquista de direitos. Negar os fatos, esconder as responsabilidades é o que nos brindam cotidianamente a mídia corporativa.

São Paulo embaixo d’água, “culpa de São Pedro!”. As autoridades municipais e estaduais estão isentas de responsabilidade. Ora, a chuva só castiga os trabalhadores! Os moradores dos Jardins estão protegidos, porque tem saneamento básico. A tragédia humana é esquecida, as promessas, de 16 anos continuam renovadas e esquecidas. As lágrimas dos trabalhadores se confundem com os pingos da chuva que não cessam. E quem deve informar, cobrar, denunciar, esconde o óbvio porque está a serviço não da população, mas do capital, que, concentrado na mão de poucos, ainda, avidamente, aumenta seus lucros, pavimentando estradas sem drenagem adequada, desrespeitando o leito do rio, jogando a sujeira química e humana em suas águas, desrespeitando o meio ambiente num surto de construção civil desenfreada, onde o lucro é o único a ser respeitado. Mas isto não é denunciado, é posto embaixo do tapete dos interesses espúrios. E a população desassistida e desinformada, continua com seus direitos violados por quem deveria garantir e consolidar direitos através da operacionalização articulada das políticas públicas.

No Rio de Janeiro, 648 mortes escancara a irresponsabilidade dos agentes políticos e a desinformação da mídia corporativa, que ao avaliar a tragédia, culpa o governo federal sem a mínima crítica e com a defesa intransigente de interesses de uma classe dominante, que torce o nariz para tragédias que se abatem sobre os trabalhadores. Esquecem de perguntar onde a Fundação Marinho colocou os R$ 24.000.000,00(!) repassados pelo governo do estado do Rio de Janeiro para aplicar na ajuda as vítimas de tragédias anteriores. Não perguntam por que não foram utilizados recursos federais em 2010. Esquecem de informar que sem projetos não se libera dinheiro público. E que, agora, as três cidades serranas se articularam em consórcio para elaborar projetos para captar recursos e conseguir realizar obras de prevenção e de sustentação as vítimas desta tragédia imensurável.

Logo, o Método é fundamental. Sem ele, nós assistentes sociais não conseguiremos dar visibilidade ao invisível. Trabalhar coletivamente, consolidar movimentos sociais que cobrem de governantes, independente de partido político, a materialização de políticas públicas que garantam direitos. E, principalmente, denunciar e pressionar quem no uso de uma concessão pública, como os meios de informação, se prestem a desinformação que leva a violação de direitos. Ocupar espaços de resistência é ir além da aparência e garantir estratégias para a responsabilização de todos em diferentes patamares, onde vidas são perdidas pela ganância do lucro fácil.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck

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