quarta-feira, 15 de julho de 2009

SERVIÇO SOCIAL E AS ESCOLHAS!

Os caminhos profissionais dos assistentes sociais são tantos e cada vez mais ganham visibilidade as ameaças que, como trabalhadores, sofremos na manutenção de um emprego que vai nos possibilitar um salário para a sobrevivência cotidiana. O que nos leva, muitas vezes, a suportar a desqualificação, o descaso, o desrespeito e a prepotência nos espaços de empregabilidade, e esta violência institucional vai proporcionar o adoecimento, a acomodação, a burocratização da prática, o descrédito em que se consolida a desesperança e permite o distanciamento profissional da orientação social da profissão dada pelo Projeto Ético-Político.

Por que isto vem acontecendo?

A realidade institucional não traz nenhuma novidade, já que são nestes espaços profissionais que se materializam as relações sociais postas na sociedade capitalista explicitadas pela sociabilidade reificada, também sustentada pela desigualdade social.

É aqui, no meu entendimento, que chegamos ao “nó” da questão: a não apropriação do que chamamos de “núcleo duro” da profissão. Retomamos, então, a “velha” questão articulada à identidade atribuída, que, nestes espaços, muitas vezes, não se consegue superar. Para enfrentar a identidade atribuída é necessária a apropriação dos Fundamentos do Serviço Social e, mais que isto, recuperar e consolidar a “ponte” que nos torna iguais em qualquer espaço profissional de atuação, nos tornando diferentes a partir do aprofundamento do conhecimento das expressões da Questão Social que chegam ao nosso cotidiano profissional.

Para retomar esta “ponte” é necessária a apropriação compromissada com os Fundamentos Teórico-Metodológicos (teorias críticas, Método Dialético Materialista, Questão Social e Metodologia da Prática Dialética), Fundamentos Ético-Políticos (orientação social da profissão sustentada pelos fundamentos teórico-metodológicos e regulada pelo Código de Ética) e Fundamentos Técnico-Operativos (estratégias metodológicas e instrumentais operativos, necessários para aplicabilidade do Método. Estes passam a ter uma intencionalidade à medida do lugar em que vão ocupar a partir do Método). Esta apropriação não pode ser feita a partir de um conhecimento superficial, mas com o aprofundamento necessário para que possamos materializar no cotidiano dos sujeitos singular, o Projeto Ético-Político da profissão.

Este momento atual que os profissionais da prática vêm enfrentando, nos leva a inferir que a categoria dos assistentes sociais se encontra num impasse em que é necessário que a academia, responsável pela formação destes assistentes sociais, busque a unicidade no ensino, na apropriação do Projeto Ético-Político, porque retomar esta unicidade é aprofundar os fundamentos que dão sustentação a orientação social da profissão. Esta retomada vai implicar em repensar a argumentação sem consistência teórica muito utilizada a “respeito da pluralidade” que vêm ao encontro da fragilização e precarização dos processos de trabalho na “prática miúda” destes profissionais.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck

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