segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Práticas Terapêuticas: uma discussão que vale a pena

Recebemos o seguinte comentário anônimo em artigo do dia 09/07, entitulado SERVIÇO SOCIAL E PRÁTICAS TERAPÊUTICAS: UMA INOVAÇÃO?:

Quem está falando de sujeitos isolados???? Quem está negando a totalidade???? Fico triste ao perceber que muitos colegas desconhecem o quanto de terapêutico existe na prática do serviço social. É uma pena que essa visão miope seja tão presente no discurso hegemônico. Sejamos coerentes, por favor!

Nossa resposta:
Prezado Anônimo.
Em primeiro lugar o discurso hegemônico da nossa profissão não nega a mudança, esta vista num sentido de superação do que mantém os sujeitos em permanente sofrimento. Não nega que quem chega para os assistentes sociais é um sujeito em sofrimento.
Sendo assim, o que se defende é a necessidade da consolidação de identidade profissional a partir da leitura de um fenômeno que se expressa na prática miúda dos assistentes sociais através dos Fundamentos Teóricos-Metodológicos que hoje dão sustentação a nossa prática.
Em relação à totalidade, é necessário trazer a concepção que dá o tom a tua argumentação para iniciarmos um bom debate. Outrossim, considero extremamente viável a discussão teórica sem ranços e sem disputas, pois, antes de tudo, o que interessa é a consolidação de nossa profissão a partir da materialização dos Fundamentos do Serviço Social pela ótica dos direitos, pois quem ganha são os nossos usuários.
Em tempo, há um longo período, quando nos espaços institucionais se degladiavam assistentes sociais e psicólogos para se apropriarem qual prática era terapêutica, minha supervisora da época me disse que todo o processo de mudança era terapêutico. Por um bom tempo isso me serviu como argumento nos embates para a conquista de espaços. Hoje, não preciso mais de embates porque, ao me apropriar dos Fundamentos, amplia-se a "visão míope", que me mantinha prisioneira em disputas mesquinhas dentro e fora da profissão, porque aprendi que trabalhar na superação é poder construir processos de intervenção a partir da leitura das subjetividades dos sujeitos expressas pela materialização de suas identidades sociais nos espaços em que vivem.

Um fraterno abraço,
Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Türck.

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