quinta-feira, 25 de maio de 2006

Primeira impressão: São Luís do Maranhão!


Outro extremo do Brasil! Uma cidade linda, que lembra a tranqüilidade das cidades interioranas. Cujo mar, quente e escuro, nos dá a dimensão exata deste país, da cobiça estrangeira e da espoliação a que estamos sujeitos. Olho ao redor e vejo uma cidade antiga, moderna, onde predomina a horizontalidade. No entanto, altos edifícios luxuosos já demarcam as classes sociais – os ricos e os pobres. A diferença entre o nordeste e o sul é que, no sul, estas diferenças são “mascaradas”, não se mostram com tanta nitidez.

São Luís tem sua população mesclada por três etnias que estão na raiz do povo brasileiro – o índio, o negro e o português. É um povo lindo que me fala da identidade de ser brasileiro.

O centro histórico, belíssimo, traz as marcas da colonização portuguesa, seus casarões com azulejos coloniais lembram com intensidade que já fomos colônia, e, hoje, andar pelas suas ruas é respirar esta história e saber que existem várias formas de continuarmos colônia.

A música, a arte, é a expressão desta população, que encanta e comove, mas, para apreciá-la, não posso deixar de ver o mundo invisível da exploração sexual (adulta e juvenil), que não é diferente de qualquer capital brasileira. Só traz nuances diferentes, pela cultura, pela região, pela etnia e pelo recrudescimento da Questão Social.

A comida, que delícia! Frutos do mar, tão farto, que me pergunto: por que a fome?

O guaraná “Jesus”, uma mistura de gengibre com canela, uma bebida gostosa, que, pelo que sei, não é consumida no sul. Mas, pasmem, me relataram que sua fórmula foi vendida para a Coca-cola, que a produz para ser consumida no Maranhão – ah, o capital, o mercado, a concorrência!

E os Assistentes Sociais, categoria comprometida, trabalhadora, sedenta de conhecimento para garantir direitos. Com elas, me senti extremamente fortalecida para continuar na luta!

Até breve!

Maria da Graça Türck

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