sexta-feira, 23 de julho de 2010

SUBJETIVIDADE

Hoje, quero falar sobre subjetividade.
Uma subjetividade forjada pelo OUTRO (base econômica e campo de valores instituído), que vai se materializar pela identidade social, explicitada cotidianamente em nossos espaços relacionais, quer afetivos, quer profissionais. Uma sociabilidade reificada que produz relações interpessoais fragilizadas. A pressa, a tecnologia utilizada sem limites de tempo e de espaço, a forma de lidarmos com nossos afetos, nos isolam socialmente.
Vivemos em um mundo que exige de nós cobranças permanentes. E a necessidade em respondê-las, vai nos desumanizando cotidianamente. Vamos perdendo a escuta, assumindo um egoísmo gigantesco e nos vitimando em nossas relações. Nos tornamos ilhas de auto-piedade, perdendo a consciência de que estar no mundo é estar na resistência. É consolidar condições para que nossa humanidade não fique subsumida pelo capital.
Que a humildade se torne o norte de nosso crescimento pessoal e profissional. Que o respeito as diferenças caminhe conosco no dia a dia. Que possamos coletivamente construir possibilidades de superação a perversidade imposta pelo capital que humaniza a coisa e mercantiliza o sujeito.
Logo, é necessário o confronto permanente para romper com uma identidade social transformada a partir do lucro, que privilegia relações fundadas no “que é que eu ganho com isso”?
É necessário, como explica MARX, ter consciência de que “só quando o objeto se torna objeto humano ou homem objetivo é que o homem não se perde nele. Tal fato só é provável quando o próprio homem se torna um objeto social, no momento em que se transforma em ser social e a sociedade para ele se torna ser no referido objeto”. É nesse momento que a consciência social adquirida se torna a condição para a superação da alienação e a consolidação do ser social.

Assistente Social Maria da Graça Maurer Gomes Turck

Um comentário:

gisele correa disse...

Graça, escreves lindamente! Sim, o egoismo não permite que se tenha humanidade e tão pouco humildade.Cada ser quer brilhar mais que o outro, e assim nos tornamos solitários pois deixamos de nos relacionar com os nossos afetos, muitas vezes somente por buscar o poder nas relações profissionais e pessoais.
Gostei muito do artigo e das modificações do blogg.