Entrar no mundo do trabalho é se confrontar com a contradição. Esta, explicitada pelo discurso do comprometimento e da prática burocrática, descomprometida e perversa. E o que vamos aprendendo é que, embora sejamos assistentes sociais, quando entramos no mundo do trabalho, sempre fazemos escolhas. E estas, muitas vezes, estão relacionadas ao Projeto Ético-Político – o discursamos, ou, então, o operacionalizamos. E é aí, no concreto, que nos confronta através dos usuários que nos procuram. Ir pelo caminho mais fácil, em que a burocracia nos pressiona, é a escolha dita natural, que se torna a escolha de uma grande maioria de profissionais. E, muitas vezes, podemos nos tornar reféns das teias burocráticas e comodistas do cotidiano profissional, porque ocupar espaços de resistência é se apropriar no concreto do significado que orienta nossa profissão.
Estas escolhas, entre o conformismo e a luta, não são novas na profissão, fazem parte de sua própria construção, no entanto, ao optarmos pelo conformismo, muitas vezes, destruímos vidas e esperanças. Nesta luta que não cessa e que nos esgota, ver a aflição nos olhos de quem se constituiu como assistente social, forjada na luta e nos princípios éticos, se negar a sucumbir à burocracia do cotidiano, é retomar a esperança.
Esperança que se mantém viva após tantos anos de profissão, na academia e nos campos de prática, porque vamos nos dando conta de que, apesar de tudo, podemos dizer que vale a pena continuar na luta, porque, para muitos de nós, o compromisso, a ética e a dignidade não têm preço!
Um comentário:
Me chamo Darlene, sou estudante do Curso de Serviço Social, 5° semestre, e hoje venho aqui mostrar minha indignação perante uma sociedade individualista da qual faço parte todos os dias, no meu trabalho. Aqui a contradição é vista diariamente, e as pessoas acham que reivindicar é uma forma de perder tempo.Palavras de uma colega hoje a tarde: "TU VAI REIVINDICAR O QUE? VAI TER QUE ACEITAR, PORQUE ELES NÃO VÃO TE DAR DIREITO A MUDANÇA"
Não importa o que eles vão me dar direito ou não, quero reivindicar, lutar pelo que acho certo e com isso alertar as pessoa de que só falta acatarmos a tudo, parar e deixar o capitalismo montar em cima de nós e cavalgar. Genteéstamos em uma sociedade dita igualitária, cade o povo que luta por essa igualdade.
O que fazer com toda a "burocracia" existente no meio disso tudo? O que buscar se não se quer nem lutar?
Pra onde vamos com toda essa individualidade.
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