

Diga-se de passagem que venho, ao longo destes quatro anos em que ministro este curso, me defrontando com o grande “nó” da categoria. Este “nó” vem aparecendo com intensidade, independente do lugar onde este Curso vem sendo realizado, quer seja no Rio Grande do Sul, em Alagoas ou no Maranhão, dentre outros.
A dificuldade é sempre a mesma. Como se faz a articulação dos fundamentos do Serviço Social, no concreto, na prática cotidiana?

“Estamos ‘acostumadas e cansadas’ de sentar para ter um curso ou capacitação, onde só vemos a teoria. Neste, pudemos conviver na prática, ou seja, praticando, como deve ser o trabalho do assistente social, sem deixar de lado os fundamentos do Serviço Social” (L.L., 207.2).
Acredito que esta constatação é no mínimo preocupante e nos remete à seguinte questão: como construir esta “ponte” entre a teoria e a prática para possibilitar a garantia dos direitos de nossos usuários?
Logo, acreditamos que os espaços acadêmicos e os órgãos representantes da categoria necessitam ouvir as vozes que vem das bases.
É necessário construir esta ponte para a preservação do que tão arduamente conquistamos – o projeto Ético-Político e sua sustentação a partir dos fundamentos teórico-metodológicos e técnico-operativos.
E, em todos os momentos em que tenho o privilégio de compartilhar conhecimento com os assistentes sociais que militam no cotidiano profissional, este se torna um momento ímpar, de renovação de energia e de esperança.
Porque são nestes momentos que emerge com toda a sua concretude o Projeto Ético-Político, intensamente vivido pela contradição que nos confrontamos ao nos apropriarmos das fragilidades e da resistência postas a partir de nosso conhecimento no cotidiano profissional.
E ter estado com as assistentes sociais alagoanas para discutirmos nossa prática articulada com os fundamentos foi obter a certeza que a “ponte” vem sendo construída e sedimentada pelo Projeto Ético-Político.