Entre os dias 4 e 8 de dezembro estará acontecendo, em Recife, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o X Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, com a temática: Crise Contemporanea, Emancipação Humana: questões e desafios do Serviço Social no Brasil.
A Professora e Assistente Social Maria da Graça Türck estará embarcando de Porto Alegre no dia 1º de dezembro. Foram enviados, ainda, 350 Cadernos GRATURCK 001 - Processo de Trabalho do Assistente Social: Elaboração de Documentação - Implementação e Aplicabilidade, para comercialização no evento, pela Cortez Editora.
quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Saiu por Aí
Seguindo o caso do assassinato de uma garota de 13 anos pelo seu professor de piano:
Os professores das alunas dos professores de piano
Não é preciso nem se ir muito longe. É só passar de vez em quando pelo portal Terra para confirmar: a banalização do sexo veio para ficar.
Faço, então, um recorte de duas coisas que permanecem sendo destacadas na capa deste arremedo de veículo de comunicação.
- "Na cama, mando ver nas fantasias", diz Eliana
No Saiu por Aí - acessando pelo menu ao lado -, você vê a íntegra de artigo escrito por Gustavo Türck.
Tem, também, matéria de hoje no Correio do Povo sobre a preocupação com a exploração sexual no Brasil.
Os professores das alunas dos professores de piano
Não é preciso nem se ir muito longe. É só passar de vez em quando pelo portal Terra para confirmar: a banalização do sexo veio para ficar.
Faço, então, um recorte de duas coisas que permanecem sendo destacadas na capa deste arremedo de veículo de comunicação.
- "Na cama, mando ver nas fantasias", diz Eliana
No Saiu por Aí - acessando pelo menu ao lado -, você vê a íntegra de artigo escrito por Gustavo Türck.
Tem, também, matéria de hoje no Correio do Povo sobre a preocupação com a exploração sexual no Brasil.
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
Bibliografia Social
Confira as indicações dos livros Inveja Criativa e Mulheres Espancadas.
Acesse através do link Bibliografia Social no menu ao lado.
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segunda-feira, 27 de novembro de 2006
SUPERVISÃO: UM ESPAÇO PARA A CONSOLIDAÇÃO DO PROTAGONISMO PROFISSIONAL
Semanticamente, a palavra supervisão implica em “orientação ou inspeção em plano superior”. Esta implicação semântica estabelece dois patamares de uma relação, que pode ser estruturada a partir de um poder sustentado por um saber inquestionável, em que o supervisor se torna o dono deste saber e o aluno-estagiário, o receptáculo deste mesmo saber. É uma relação de aprendizagem em que se exige que este aluno absorva o conhecimento transmitido, sem questionar, sem refletir. Em quantos espaços acadêmicos e institucionais encontramos esta relação de aprendizagem?
Em muitos. E o resultado é encontrarmos alunos preocupados em executar tarefas propostas, previamente determinadas, assoberbados de trabalho, envolvidos em uma ciranda em que é explorado em sua força de trabalho e sem aprender a diferença entre o exercício tarefeiro imposto e a execução do processo de trabalho do Assistente Social. O que está em jogo nesta relação de ensino-aprendizagem que a supervisão proporciona é a concepção de profissão, de supervisão e, principalmente, a falta, por alguns Assistentes Sociais, da apropriação dos fundamentos teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos e sua operacionalização nos contextos de prática. Postura esta totalmente desconectada com o Projeto Ético-Político da profissão.
E o outro patamar, em que o supervisor assume o poder, não no sentido da relação, mas o poder que emana da responsabilidade de ensinar. Que o ensinar é antes de tudo consolidar o sentido ético da profissão.
Logo, cada aluno-estagiário adquire um significado único em que o supervisor atento não deixará passar a possibilidade de identificar suas potencialidades para ampliá-las. Então, a supervisão se centrará na qualificação deste aluno, oportunizando a conquista de seu protagonismo profissional.
Portanto, a supervisão é um momento de se experienciar relações em que os alunos-estagiários vão interagir com seus iguais e com os usuários, sujeitos de seu processo de trabalho. Eles vão aos poucos aprendendo que nenhuma situação que se apresente deve ser banalizada e que articular a teoria com a prática é consolidar a garantia de direitos. Logo, ser supervisor é estar comprometido com o Projeto Ético-Político. É ensinar, aprender, superar e avançar a partir das dificuldades que o cotidiano apresenta. É saber que se aprende a todo o momento e que só se ensina ao se respeitar a história de cada aluno-estagiário, porque é a partir do vivido que nos disponibilizamos para a mudança e nos humanizamos para estarmos atentas ao outro e, conseqüentemente, para estarmos no mundo.
“É preciso que seja capaz de, estando no mundo, saber-se nele. Saber que, se a forma pela qual está no mundo condiciona a sua consciência deste estar, é capaz, sem dúvida, de ter consciência desta consciência condicionada” (FREIRE, 2006, p.107).
Portanto, o auto-conhecer é um compromisso que o supervisor que busca potencializar o protagonismo do aluno deve incessantemente buscar, porque, antes do aluno-estagiário aprender a fazer, deve aprender a ser...
Em muitos. E o resultado é encontrarmos alunos preocupados em executar tarefas propostas, previamente determinadas, assoberbados de trabalho, envolvidos em uma ciranda em que é explorado em sua força de trabalho e sem aprender a diferença entre o exercício tarefeiro imposto e a execução do processo de trabalho do Assistente Social. O que está em jogo nesta relação de ensino-aprendizagem que a supervisão proporciona é a concepção de profissão, de supervisão e, principalmente, a falta, por alguns Assistentes Sociais, da apropriação dos fundamentos teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos e sua operacionalização nos contextos de prática. Postura esta totalmente desconectada com o Projeto Ético-Político da profissão.
E o outro patamar, em que o supervisor assume o poder, não no sentido da relação, mas o poder que emana da responsabilidade de ensinar. Que o ensinar é antes de tudo consolidar o sentido ético da profissão.
Logo, cada aluno-estagiário adquire um significado único em que o supervisor atento não deixará passar a possibilidade de identificar suas potencialidades para ampliá-las. Então, a supervisão se centrará na qualificação deste aluno, oportunizando a conquista de seu protagonismo profissional.
Portanto, a supervisão é um momento de se experienciar relações em que os alunos-estagiários vão interagir com seus iguais e com os usuários, sujeitos de seu processo de trabalho. Eles vão aos poucos aprendendo que nenhuma situação que se apresente deve ser banalizada e que articular a teoria com a prática é consolidar a garantia de direitos. Logo, ser supervisor é estar comprometido com o Projeto Ético-Político. É ensinar, aprender, superar e avançar a partir das dificuldades que o cotidiano apresenta. É saber que se aprende a todo o momento e que só se ensina ao se respeitar a história de cada aluno-estagiário, porque é a partir do vivido que nos disponibilizamos para a mudança e nos humanizamos para estarmos atentas ao outro e, conseqüentemente, para estarmos no mundo.
“É preciso que seja capaz de, estando no mundo, saber-se nele. Saber que, se a forma pela qual está no mundo condiciona a sua consciência deste estar, é capaz, sem dúvida, de ter consciência desta consciência condicionada” (FREIRE, 2006, p.107).
Portanto, o auto-conhecer é um compromisso que o supervisor que busca potencializar o protagonismo do aluno deve incessantemente buscar, porque, antes do aluno-estagiário aprender a fazer, deve aprender a ser...
Maria da Graça M. G. Türck
terça-feira, 21 de novembro de 2006
SERVIÇO SOCIAL: PALAVRAS QUE COMPROMETEM...
É no cotidiano profissional que se explicita a tensão entre os paradigmas – o marxista e o positivista – que permeiam o processo de intervenção dos Assistentes Sociais. Na fala dos profissionais – a garantia de direitos, a superação, o movimento, o usuário a situação, a Questão Social, o processo de trabalho, entre outros. Na sua ação, família desestruturada, o adolescente carente, a família pobre, o público-alvo, o caso, a resolução de problemas, o encaminhamento, a tarefa, o cliente, entre outros.
É um momento difícil para a profissão. Urge uma retomada dos fundamentos teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos, não só na apropriação do conhecimento teórico, mas, principalmente em sua articulação na prática.
Não é mais possível ficar calada ante o retrocesso que se verifica na profissão. Este fazer pelo fazer, este descompromisso com esta articulação, o descomprometimento com o conhecimento e a insegurança dos profissionais no exercício da profissão.
Todos nós somos responsáveis: a academia, os profissionais das “franjas”, os teóricos do Serviço Social, os alunos. Esta profissão é muito mais que “receitar” fórmulas.
Esta profissão assumiu o compromisso de ser a interlocutora de direitos em relação a sua população usuária, que traz em suas vidas todas as expressões da Questão Social, porque se apropriou conscientemente de uma teoria que lhe dá sustentação teórica argumentativa para ocupar os espaços de resistência para tal.
Logo, a garantia de direitos não rima com resolução de problemas, porque garantir direitos implica em se apropriar de um conhecimento teórico que traduz a articulação da classe dominante na manutenção da desigualdade social. Esta vai tecendo o conhecimento do social a partir da consciência crítica, da tomada de posição, da concepção de sociedade e mundo. Vai desmascarando o aparente e qualificando os sujeitos na gestão de suas vidas cotidianas.
Portanto, utilizar teorias reducionistas para se apropriar da realidade é culpabilizar o sujeito pelo seu sofrimento cotidiano. E, aí, tudo vai se explicar pela família desestruturada, pobre e carente, cujo trabalho a ser desenvolvido pelo Assistente Social, se resume em entrevistar e encaminhar, em que a tarefa e a mesmice farão parte integrante de sua ação profissional.
E, conseqüentemente, utilizar palavras carregadas de significados teóricos reducionistas, que vão permeando o cotidiano profissional, é ir consolidando espaços de violação de direitos. Logo, como bem disse Martinelli, “a principal mediação é a consciência”, e esta conquista só será realizada pela articulação dos fundamentos do Serviço Social e pela sua materialização pela ação profissional do Assistente Social.
É um momento difícil para a profissão. Urge uma retomada dos fundamentos teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos, não só na apropriação do conhecimento teórico, mas, principalmente em sua articulação na prática.
Não é mais possível ficar calada ante o retrocesso que se verifica na profissão. Este fazer pelo fazer, este descompromisso com esta articulação, o descomprometimento com o conhecimento e a insegurança dos profissionais no exercício da profissão.
Todos nós somos responsáveis: a academia, os profissionais das “franjas”, os teóricos do Serviço Social, os alunos. Esta profissão é muito mais que “receitar” fórmulas.
Esta profissão assumiu o compromisso de ser a interlocutora de direitos em relação a sua população usuária, que traz em suas vidas todas as expressões da Questão Social, porque se apropriou conscientemente de uma teoria que lhe dá sustentação teórica argumentativa para ocupar os espaços de resistência para tal.
Logo, a garantia de direitos não rima com resolução de problemas, porque garantir direitos implica em se apropriar de um conhecimento teórico que traduz a articulação da classe dominante na manutenção da desigualdade social. Esta vai tecendo o conhecimento do social a partir da consciência crítica, da tomada de posição, da concepção de sociedade e mundo. Vai desmascarando o aparente e qualificando os sujeitos na gestão de suas vidas cotidianas.
Portanto, utilizar teorias reducionistas para se apropriar da realidade é culpabilizar o sujeito pelo seu sofrimento cotidiano. E, aí, tudo vai se explicar pela família desestruturada, pobre e carente, cujo trabalho a ser desenvolvido pelo Assistente Social, se resume em entrevistar e encaminhar, em que a tarefa e a mesmice farão parte integrante de sua ação profissional.
E, conseqüentemente, utilizar palavras carregadas de significados teóricos reducionistas, que vão permeando o cotidiano profissional, é ir consolidando espaços de violação de direitos. Logo, como bem disse Martinelli, “a principal mediação é a consciência”, e esta conquista só será realizada pela articulação dos fundamentos do Serviço Social e pela sua materialização pela ação profissional do Assistente Social.
Maria da Graça Türck
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
PROJETO ÉTICO-POLÍTICO: O CAMINHO SEM VOLTA DOS ASSISTENTES SOCIAIS
A tomada de decisão da categoria dos Assistentes Sociais, por volta dos anos 80, de assumir como orientação da profissão a defesa intransigente dos direitos humanos e a busca por uma sociedade mais justa e igualitária, passou pela constatação que já vinha sendo eixo de discussão na categoria, isto é, que seu cotidiano profissional era e continua sendo um espaço de desigualdade social.
A posição corajosa assumida pela categoria, após 200 oficinas promovidas pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), foi publicizar e oficializar a violação de direitos ao reconhecer que seu campo de luta é a Questão Social.
É um caminho sem volta, porque esta profissão nasceu com o estigma da caridade e da ajuda aos esfomeados, aos miseráveis, a esta população que se caracteriza pelos sem nada e que ainda se constitui em usuários do Serviço Social, independente dos Assistentes Sociais vê-los como carentes ou, então, como sujeitos com seus direitos violados.
Logo, negar a vertente teórica que ampliou o conhecimento dos Assistentes Sociais, que indicou o caminho a ser seguido, que consolidou sua identidade, é negar, que na trajetória de vida de nossos usuários, a violação de direitos existe.
O Projeto Ético-Político não deixa escolha. É o reconhecimento da Questão Social como produto da sociedade capitalista contemporânea, que tem “seu núcleo constitutivo formado pelo tripé capital, trabalho e Estado”. E cuja sustentação é realizada pelo “pilar fundamental, dado pelo sistema hierarquizado de trabalho, com sua alienante divisão social, que subordina o trabalho ao capital, tendo como elo de complementação o Estado político” (ANTUNES).
Esta é a essência necessária para a apropriação da desigualdade social e do contraponto que o Projeto Ético-Político faz ao que esta aí, a violação de direitos constituída na vida dos sujeitos que chegam nas diversas instituições que executam as políticas públicas, em busca de uma sobrevivência marginal.
O caminho dos Assistentes Sociais é, portanto, avançar, qualificar e enfrentar teorias pós-modernas, que, frente a esta sociedade perversa e excludente, propõe para o Serviço Social a negação da Questão Social, em um franco retrocesso às conquistas teóricas que fizemos e à possibilidade de romper na prática com o tarefismo profissional a partir da apropriação do aparente, com a entrevista pura e simples, utilizada como processo de trabalho e como os resultado deste trabalho, os encaminhamentos intermináveis que não levam a nada, a não ser, com a permanente violação de direitos.
O Projeto Ético-Político nos compromete como Assistentes Sociais, não permite recuos e nem negociação. Quem não se qualifica para ver além do aparente, de se comprometer com este mundo invisível dos sem direitos, escolheu errado a profissão, logo, ainda há tempo para ir em busca de outras plagas.
Já quem tem o Projeto Ético-Político como sua bússola sabe que a luta é constante e permanente e, principalmente, sabe que esta profissão é a única que tem como compromisso profissional e ético a garantia de direitos e que transforma seu conhecimento e sua competência em instrumentos de interlocução dos que não têm voz nem vez nesta sociedade que prima pela violação dos mesmos.
A posição corajosa assumida pela categoria, após 200 oficinas promovidas pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), foi publicizar e oficializar a violação de direitos ao reconhecer que seu campo de luta é a Questão Social.
É um caminho sem volta, porque esta profissão nasceu com o estigma da caridade e da ajuda aos esfomeados, aos miseráveis, a esta população que se caracteriza pelos sem nada e que ainda se constitui em usuários do Serviço Social, independente dos Assistentes Sociais vê-los como carentes ou, então, como sujeitos com seus direitos violados.
Logo, negar a vertente teórica que ampliou o conhecimento dos Assistentes Sociais, que indicou o caminho a ser seguido, que consolidou sua identidade, é negar, que na trajetória de vida de nossos usuários, a violação de direitos existe.
O Projeto Ético-Político não deixa escolha. É o reconhecimento da Questão Social como produto da sociedade capitalista contemporânea, que tem “seu núcleo constitutivo formado pelo tripé capital, trabalho e Estado”. E cuja sustentação é realizada pelo “pilar fundamental, dado pelo sistema hierarquizado de trabalho, com sua alienante divisão social, que subordina o trabalho ao capital, tendo como elo de complementação o Estado político” (ANTUNES).
Esta é a essência necessária para a apropriação da desigualdade social e do contraponto que o Projeto Ético-Político faz ao que esta aí, a violação de direitos constituída na vida dos sujeitos que chegam nas diversas instituições que executam as políticas públicas, em busca de uma sobrevivência marginal.
O caminho dos Assistentes Sociais é, portanto, avançar, qualificar e enfrentar teorias pós-modernas, que, frente a esta sociedade perversa e excludente, propõe para o Serviço Social a negação da Questão Social, em um franco retrocesso às conquistas teóricas que fizemos e à possibilidade de romper na prática com o tarefismo profissional a partir da apropriação do aparente, com a entrevista pura e simples, utilizada como processo de trabalho e como os resultado deste trabalho, os encaminhamentos intermináveis que não levam a nada, a não ser, com a permanente violação de direitos.
O Projeto Ético-Político nos compromete como Assistentes Sociais, não permite recuos e nem negociação. Quem não se qualifica para ver além do aparente, de se comprometer com este mundo invisível dos sem direitos, escolheu errado a profissão, logo, ainda há tempo para ir em busca de outras plagas.
Já quem tem o Projeto Ético-Político como sua bússola sabe que a luta é constante e permanente e, principalmente, sabe que esta profissão é a única que tem como compromisso profissional e ético a garantia de direitos e que transforma seu conhecimento e sua competência em instrumentos de interlocução dos que não têm voz nem vez nesta sociedade que prima pela violação dos mesmos.
Maria da Graça Türck
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
Caso Emir Sader
Para quem acha que a Ditadura Militar acabou, há alguns dias o articulista da Agência Carta Maior e professor universitário foi condenado pela Justiça por ter comentado as declarações de Jorge Bornhausen, presidente do PFL, que afirmou peremptoriamente: "Nos livramos dessa raça por 30 anos!" - acerca dos problemas que o PT enfrentava nas infindáveis CPIs. Pois Emir usufruiu do seu direito constitucional de livre expressão e comentou em um artigo e em uma de suas aulas que Bornhausen era racista.
Resultado: foi condenado ao regime semi-aberto, além de ser impedido de prestar serviços para quaisquer veículo de comunicação por alguns anos e perdeu, sumariamente, seu cargo na universidade.
Em um país que jornalistas chamam o presidente de bêbado, ou dizem que o mesmo tem que ir para a guilhotina e nada acontece, entende-se uma atitude dessas como um atentado à democracia e à livre expressão.
Pois parece que um Promotor, com um mínimo de bom senso, solicitou a anulação da sentença.
Não ignore estes fatos. CLIQUE AQUI e entenda melhor o que está acontecendo em um tribunal pertinho de você.
Resultado: foi condenado ao regime semi-aberto, além de ser impedido de prestar serviços para quaisquer veículo de comunicação por alguns anos e perdeu, sumariamente, seu cargo na universidade.
Em um país que jornalistas chamam o presidente de bêbado, ou dizem que o mesmo tem que ir para a guilhotina e nada acontece, entende-se uma atitude dessas como um atentado à democracia e à livre expressão.
Pois parece que um Promotor, com um mínimo de bom senso, solicitou a anulação da sentença.
Não ignore estes fatos. CLIQUE AQUI e entenda melhor o que está acontecendo em um tribunal pertinho de você.
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
Bibliografia Social
Ditadura e Serviço Social e Dinheiro e Liberdade são as indicações de literatura da semana.
Para conferir, acesse Bibliografia Social pelo link no menu ao lado.
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segunda-feira, 6 de novembro de 2006
SERVIÇO SOCIAL, OBJETO E IDENTIDADE
Que complicado ser assistente social e a toda hora nos espaços institucionais e sócio-ocupacionais estarmos constantemente explicando que profissão é esta...
Nesta minha caminhada profissional, os assistentes sociais com quem venho mantendo contato, independente do estado em que residem, dos espaços profissionais por onde transitam, muitos trazem consigo a desesperança pela profissão. Não se reconhecem como assistentes sociais e, cansados de tanto explicar, ou, então, de buscar esta “identidade oculta” que consolida a nossa diferença no social, se conformam com o exercício da tarefa institucional ou desistem de serem assistentes sociais.
Ao participar de palestras ou seminários que tratam de responder a uma simples questão: "Eu sou assistente social e agora?", me confronto com respostas dadas a partir da identificação da profissão com as demandas institucionais e com os locais onde exercem a profissão.
Ah! O Mercado.
É preciso se preparar para o Mercado.
Existe uma “avalanche” de Cursos de Serviço Social no Brasil, formando cada vez mais assistentes sociais.
E a pergunta se faz presente.
Como, então, vamos entrar no Mercado, já que também somos trabalhadores e necessitamos sobreviver mediante um emprego e um salário?
Como se faz a diferença?
Mercado e Projeto Ético-Político, eis a grande contradição. É uma escolha difícil. Porque optar pelo Mercado é estar a favor, se qualificar para atender as demandas do Mercado.
Logo, pelo Projeto Ético-Político, é garantir direitos, é ter uma leitura das relações sociais postas em uma sociedade capitalista como a nossa. É compreender que esta luta se faz através da articulação da teoria com a prática.
Competência rima com conhecimento. E conhecimento não se acha na “esquina”. É preciso aprofundar o paradigma teórico que dá sustentação ao processo de trabalho do assistente social, para, depois, ir aos autores do Serviço Social para se direcionar este conhecimento à intervenção na articulação dos fundamentos teórico-metodológicos, éticos-políticos e técnico-operativos.
Sem conhecimento profundo da raiz teórica não adianta decorar Iamamoto, José Paulo Neto, Faleiros, Martinelli e tantos outros, porque retornamos ao começo. E agora? O que fazer?
Questão Social é o objeto do Serviço Social. É a categoria que dá argumentação e sustentação ao Projeto Ético-Político. Que denuncia a exploração, a desigualdade social, que escancara a sociedade de classes e desmascara a fala daquele jornalista da Globo News, no dia 04.11.2006, ao explicar acabrunhado o resultado das eleições: “foi o Brasil que não paga impostos que ganhou”, denunciando, sem querer, a desigualdade social com que vive a imensa maioria da população brasileira.
E é esta população, excluída, desfiliada, sem direitos, que se constitui no nosso universo de usuários, que necessita da interlocução profissional para a garantia de seus direitos.
Portanto, a nossa identidade profissional se consolida a partir da Questão Social ao ser apropriada na teoria, desvendada no cotidiano dos sujeitos e superada através do nosso processo de trabalho. Para quem aprofunda seu conhecimento teórico e se apropria dos fundamentos do Serviço Social, assumindo na prática a Questão Social como seu objeto profissional, sempre haverá trabalho.
Mas para quem se conforma com um conhecimento pífio, que se especializa em ser eficiente e eficaz e engole o eterno discurso que na prática a teoria é outra. Para estes, o Mercado reserva o espaço da tarefa, da subserviência, do espectador, da mesmice cotidiana. Porque assume o objeto institucional como seu, perde a identidade, trabalha no aparente e viola direitos.
Nesta minha caminhada profissional, os assistentes sociais com quem venho mantendo contato, independente do estado em que residem, dos espaços profissionais por onde transitam, muitos trazem consigo a desesperança pela profissão. Não se reconhecem como assistentes sociais e, cansados de tanto explicar, ou, então, de buscar esta “identidade oculta” que consolida a nossa diferença no social, se conformam com o exercício da tarefa institucional ou desistem de serem assistentes sociais.
Ao participar de palestras ou seminários que tratam de responder a uma simples questão: "Eu sou assistente social e agora?", me confronto com respostas dadas a partir da identificação da profissão com as demandas institucionais e com os locais onde exercem a profissão.
Ah! O Mercado.
É preciso se preparar para o Mercado.
Existe uma “avalanche” de Cursos de Serviço Social no Brasil, formando cada vez mais assistentes sociais.
E a pergunta se faz presente.
Como, então, vamos entrar no Mercado, já que também somos trabalhadores e necessitamos sobreviver mediante um emprego e um salário?
Como se faz a diferença?
Mercado e Projeto Ético-Político, eis a grande contradição. É uma escolha difícil. Porque optar pelo Mercado é estar a favor, se qualificar para atender as demandas do Mercado.
Logo, pelo Projeto Ético-Político, é garantir direitos, é ter uma leitura das relações sociais postas em uma sociedade capitalista como a nossa. É compreender que esta luta se faz através da articulação da teoria com a prática.
Competência rima com conhecimento. E conhecimento não se acha na “esquina”. É preciso aprofundar o paradigma teórico que dá sustentação ao processo de trabalho do assistente social, para, depois, ir aos autores do Serviço Social para se direcionar este conhecimento à intervenção na articulação dos fundamentos teórico-metodológicos, éticos-políticos e técnico-operativos.
Sem conhecimento profundo da raiz teórica não adianta decorar Iamamoto, José Paulo Neto, Faleiros, Martinelli e tantos outros, porque retornamos ao começo. E agora? O que fazer?
Questão Social é o objeto do Serviço Social. É a categoria que dá argumentação e sustentação ao Projeto Ético-Político. Que denuncia a exploração, a desigualdade social, que escancara a sociedade de classes e desmascara a fala daquele jornalista da Globo News, no dia 04.11.2006, ao explicar acabrunhado o resultado das eleições: “foi o Brasil que não paga impostos que ganhou”, denunciando, sem querer, a desigualdade social com que vive a imensa maioria da população brasileira.
E é esta população, excluída, desfiliada, sem direitos, que se constitui no nosso universo de usuários, que necessita da interlocução profissional para a garantia de seus direitos.
Portanto, a nossa identidade profissional se consolida a partir da Questão Social ao ser apropriada na teoria, desvendada no cotidiano dos sujeitos e superada através do nosso processo de trabalho. Para quem aprofunda seu conhecimento teórico e se apropria dos fundamentos do Serviço Social, assumindo na prática a Questão Social como seu objeto profissional, sempre haverá trabalho.
Mas para quem se conforma com um conhecimento pífio, que se especializa em ser eficiente e eficaz e engole o eterno discurso que na prática a teoria é outra. Para estes, o Mercado reserva o espaço da tarefa, da subserviência, do espectador, da mesmice cotidiana. Porque assume o objeto institucional como seu, perde a identidade, trabalha no aparente e viola direitos.
sexta-feira, 3 de novembro de 2006
Redes Sociais
Nos dias 30 e 31 de outubro foi ministrado o Curso de Recursos e Redes Sociais. Cerca de 30 representantes de instituições - como APAE, entidades que cuidam de idosos, Abrigos, o Canta Brasil, dentre outros - participaram utilizando as suas vivências e a discussão teórica sobre importantes categorias na criação de Redes. Os temas seguintes foram aqueles abordados com mais intensidade: identidade individual e coletiva, auto-conhecimento e pertencimento.
Partindo-se do pressuposto da quebra de paradigmas, que estão incrustrados na cultura de uma sociedade como a brasileira, para a construção de uma Rede, alguns outros pontos foram sendo observados nos participantes: paciência, frustração, mediação, confiabilidade, interesse comum, ética, inveja, poder, competição, protagonismo e espectador.
Com o passar do curso, então, o grupo foi se dando conta que um processo de Rede tem uma lógica própria e única e o que vai se agregando é um conhecimento específico em relação à demanda que se vai trabalhar. E que Rede, antes de tudo, se dá a partir de uma sinergia entre sujeitos em relação a um objetivo comum, que demanda responsablidade, compromisso, comunicação, concepção de mundo e movimento.
"Falar em Rede é fácil, o difícil é o movimento que se deve realizar para a construção de uma estratégia metodológica de intervenção, que se constitui a Rede. O movimento que se vai realizar para estar na Rede, por si só, já é difícil, porque devemos sair da posição de mando, de disputa, para se compartilhar nas diferenças e na busca da garantia de direitos" - analisa a Assistente Social e Professora Maria da Graça Türck.
"Ao terminar o Curso, saí na certeza de que o caminho para consolidar a estratégia de Rede é arduo e difícil de se trilhar, porque o movimento depende da nossa própria mudança e não basta querer, temos que ir para a ação para podermos articular as instituições em Rede para a garantia de direitos. É uma luta permanente e constante, porque é mais fácil a posição vitimizadora e conformista, que faz parte de nossa cultura individualista, do que a de protagonista que sempre tem que se tomar decisões" - completa.
Partindo-se do pressuposto da quebra de paradigmas, que estão incrustrados na cultura de uma sociedade como a brasileira, para a construção de uma Rede, alguns outros pontos foram sendo observados nos participantes: paciência, frustração, mediação, confiabilidade, interesse comum, ética, inveja, poder, competição, protagonismo e espectador.
Com o passar do curso, então, o grupo foi se dando conta que um processo de Rede tem uma lógica própria e única e o que vai se agregando é um conhecimento específico em relação à demanda que se vai trabalhar. E que Rede, antes de tudo, se dá a partir de uma sinergia entre sujeitos em relação a um objetivo comum, que demanda responsablidade, compromisso, comunicação, concepção de mundo e movimento.
"Falar em Rede é fácil, o difícil é o movimento que se deve realizar para a construção de uma estratégia metodológica de intervenção, que se constitui a Rede. O movimento que se vai realizar para estar na Rede, por si só, já é difícil, porque devemos sair da posição de mando, de disputa, para se compartilhar nas diferenças e na busca da garantia de direitos" - analisa a Assistente Social e Professora Maria da Graça Türck.
"Ao terminar o Curso, saí na certeza de que o caminho para consolidar a estratégia de Rede é arduo e difícil de se trilhar, porque o movimento depende da nossa própria mudança e não basta querer, temos que ir para a ação para podermos articular as instituições em Rede para a garantia de direitos. É uma luta permanente e constante, porque é mais fácil a posição vitimizadora e conformista, que faz parte de nossa cultura individualista, do que a de protagonista que sempre tem que se tomar decisões" - completa.
Documentário
Estréia no próximo dia 07 de novembro (terça-feira), às 19 horas, na sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (Porto Alegre), a reportagem cinematográfica Kuaray do Sul (58 min / português / 2006).
Esta obra integra o Projeto Sepé Tiaraju – 250 anos, uma iniciativa de valorização da cultura milenar guarani e de mobilização popular pelo respeito aos povos indígenas. Com organização da Fundep – Região Celeiro e patrocínio do Ministério da Cultura e da Petrobras. A realização do filme é da Cooperativa Catarse – Coletivo de Comunicação. Contou com apoio da Via Campesina e do Centro Indigenista Missionário (CIMI).
A exibição será única e com ENTRADA GRATUITA, seguida de debate com a presença de representantes indígenas e dos movimentos sociais.
Kuaray do Sul está na seleção oficial da 11ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, que ocorrerá no Rio de Janeiro na segunda semana de novembro.
Sinopse
Um filme em busca do mito guarani Sepé Tiaraju junto aos movimentos populares. De como sua luz se manifesta na atualidade: no espírito, no coração e nas ações de pessoas simples.
250 anos depois, a luta por terra e dignidade ainda é a mesma: a realização da Assembléia Continental dos Povos Indígenas, em fevereiro de 2006, na cidade gaúcha de São Gabriel, antigo povoado de Batovi, nas Missões jesuíticas, que conseguiu reunir mais de 10 mil pessoas, entre índios guaranis (do Brasil, Paraguay e Argentina) e kaingangs, agricultores sem-terra, trabalhadores do campo e da cidade, comunidades quilombolas, a juventude de movimento. Lutadores. No mesmo local onde, em 1756, Sepé e seu povo morreram enfrentando a tirania do desenvolvimento cego do homem branco colonizador. O selvagem português. O selvagem espanhol.
Kuaray do Sul conta história de uma liderança verdadeira, que representa o sentimento de força do índio em seu modo de estar vivo até hoje. Apesar do massacre que se abateu sobre o povo guarani. Apesar dos 250 anos de uma tristeza que não se apaga. Porque nasce a cada dia para manter a resistência dos que têm o destino e o direito de serem indígenas.
Batalha por terra e liberdade. São as falas deste filme.
Ficha Técnica:
(Direção coletiva)
Fotografia: André de Oliveira / Entrevistas: Jefferson Pinheiro / Som Direto: Rafael Corrêa
Edição: Jefferson Pinheiro e André de Oliveira / Montagem: Julia Aguiar
Contatos:
André de Oliveira - 51-9665.9295
Jefferson Pinheiro - 51-9835.9760
Catarse - Coletivo de Comunicação - 51-3012.5509
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